Enfrentando desafios profissionais

Quero empreender, mas já tive uma má experiência, não tenho mais tempo para errar

por Lala Évan

28.03.2020

Sei, por experiência própria, como você se sente após seu empreendimento falhar. Posso afirmar que isso está longe de ser o fim do mundo.

Neste artigo trago simultaneamente dois problemas:

O registro da falha naquilo que você empreendeu;

Intolerância aos próprios erros, trazendo o mindset de não lhe permitir errar de novo, diminuindo suas chances de acerto e jogando nos braços do “Grande Senhor do Tempo” essa responsabilidade.

Na verdade, temos de aceitar que a “cultura do errar” faz com que você se dê mais chances de ser bem-sucedida (o) na sua próxima tentativa.

O sociólogo polonês radicado na Inglaterra, Zygmunt Bauman, em entrevista para a Revista Isto É, disse que nosso futuro está em constantes mudanças e ‘nossos ancestrais eram esperançosos‘; quando falavam de “progresso”, se referiam à perspectiva de cada dia ser melhor do que o anterior.

Nós estamos assustados: “progresso”, para nós, significa uma constante ameaça de ser chutado para fora de um carro em aceleração. De não descer ou embarcar a tempo. De não estarmos atualizados com a nova moda. De não abandonarmos rapidamente habilidades e hábitos ultrapassados e de falharmos ao desenvolvermos novas habilidades e hábitos em substituição aos anteriores.

Além disso, ocupamos um mundo pautado pelo “agora”, que promete satisfações imediatas e ridiculariza todos os atrasos e esforços em longo prazo.

Em um mundo composto de “agoras”, de momentos e episódios breves, não há espaço para a preocupação com o “futuro”.

Como diz um provérbio inglês: “Vamos cruzar essa ponte quando chegarmos a ela”. Mas quem pode dizer quando (e se) chegaremos e em que ponte?

Entendi, ao longo dos anos, que o fracasso não é necessariamente como um erro, mas como resultado de um risco assumido que tinha a probabilidade de dar errado.

Dessa forma, levantei alguns pontos que me levaram às seguintes reflexões:

  • Primeiro, ir em busca do aprendizado, que no caso foi a diversidade de funções e trabalhos exercidos e também buscar ouvir eventuais fracassos de outros empreendedores, onde o intuito maior é a obtenção de conhecimentos. Por outro lado, isso não significa, obviamente, que o empreendedor deve se esconder atrás desse pensamento de aprendizado para justificar seus fracassos.

  • Outros casos fatais de fracasso que vejo frequentemente nas reuniões das quais participo são, por exemplo, de empreendedores repetindo os mesmos erros, mostrando que eles não refletiram sobre seu fracasso e, portanto, não aprenderam nada a partir dele.

  • Outra situação com a qual me deparo, é quando o empreendedor alega estar sempre aprendendo sem nunca atingir o sucesso. É o caso do empreendedor que se insere em um novo projeto, no intuito deliberado de apenas aprender, sem grandes compromissos com o sucesso, o que pode fazer com que ele não trabalhe de corpo e alma, limitando seu aprendizado.

Grandes mentalidades empreendedoras dizem que se levantar após cada tropeço é o que garante o sucesso. Se você errou e pensa em desistir de uma vez por todas das suas ideias, selecionei uma frase de Steve Jobs que prova que os maiores também já erraram e, exatamente por isso, são grandes inspirações:

Leia livros e artigos voltados ao empreendedorismo, participe de reuniões e cursos, mapeie quem são os empreendedores de sucesso no segmento que faz parte das suas atividades.

Mantenha-se informado, você pode começar sozinho, mas se compartilhar conhecimento e fizer relacionamento terá uma grande vantagem para acelerar o seu negócio.

Acompanhe nossas próximas edições.


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