A insatisfação profissional é uma das maiores dores que enfrentamos em nossas vidas, exigindo uma reavaliação de nossas escolhas. Mas na tentativa de nos sentirmos melhor, nos deparamos com mais questões para lidar.

Aprendemos a viver em uma realidade em que todas as nossas decisões são moldadas para conseguirmos status, altos salários, melhores condições financeiras e quase não damos espaço para o que realmente nos dá prazer.

E sabe o que tenho a dizer?

Sabemos que o trabalho está no centro de nossas vidas, mas devemos refletir se ele contribui para o enobrecimento ou o empobrecimento de nossa existência.

Aqui são necessários alguns questionamentos internos sobre qual foco você está dando à sua vida. Se você trabalha apenas para pagar contas ou se sabe equilibrar trabalho e interesses pessoais de um modo saudável. Se o seu protagonismo está embasado somente em pagar contas, cartões de crédito e o financiamento do carro ou imóvel, a vida parece perder o sentido.

Vejo histórias de pessoas que ficam confusas diante da insatisfação com o que fazem. Na impossibilidade de virar páginas, elas acreditam que dar um salto dentro daquele contexto profissional fará grande diferença.

Com isso, optam por realizar uma escalada de crescimento, estendendo sua trajetória. Decidem fazer uma pós-graduação ou cursos de aperfeiçoamento, mesmo não gostando da carreira, e se convencem de que estas ações mudarão a realidade.

Sabemos que não. Isso porque a raiz do problema está na insatisfação com a carreira em que se está atuando. Remendar não conserta nada.

O que resolve é compreender que a única solução é o entendimento de que somos capazes de trilhar novos caminhos e de que nunca é tarde para mudar.

Agora você vai me perguntar: dá para mudar de carreira e esquecer todo um comprometimento social, dívidas, despesas, idade?

Se você acredita que está fadada a ter a mesma carreira, aqui estão algumas motivações para a mudança, principalmente dicas de como conduzir mudanças, que eu mesma utilizei.

Comece listando o que gosta e o que não gosta na carreira em que está atuando. Em seguida, observe os seguintes pontos:

• É importante colocar prazos para qualquer ação;

• Cuidado com a zona de conforto e o medo;

• Planeje sua transição;

• Quando fizer a transição, escolha o que realmente gosta.

Você deve considerar a mudança, e onde quer chegar com essa decisão. É importante evitar oscilações, para não acabar em uma carreira da qual não gosta. Dedique tempo e performance nesta pesquisa, e não hesite em pedir ajuda.

A transição de carreira gera custos que deverão ser considerados. Pode não haver recursos próprios suficientes para passar pela fase do aprendizado.

Isso definirá o que é melhor neste momento: não deixar o atual trabalho e fazer uma transição gradual. Mas como já alertamos antes, cuide para que isso não gere um comodismo e o sonho de que uma nova especialização ou um aumento trará novos horizontes.

Quando compreendi que eu era a única responsável por minhas escolhas, calei as vozes externas que insistiam em me dizer o que era certo ou errado. Essa reflexão serve para avaliar quem está direcionando a sua vida: você ou os outros? O legado que você pretende deixar é seu ou de outro indivíduo?

Posso dizer que trilhei esses caminhos, tendo passado por duas grandes transições de carreira, e digo com muita propriedade que, independentemente do que escolhemos seguir, existem vários pontos que podem ajudar durante o recomeço.

Perceba que o foco excessivo em trabalho para apenas pagar as contas e morrer não pode ser a sua verdade.

Busque a liberdade e entenda que pode investir seu tempo no que gosta, só por esse motivo: porque você gosta!!

Aqui quem vos escreve é uma ex-coordenadora do universo corporativo, ex-empreendedora do varejo e hoje consultora estratégica de negócios e branding. Como dizem minhas netas, estou na pré-maturidade.

Acompanhe nossas próximas edições.

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