Direto ao Ponto: Tirando da sombra os invisíveis

Entrevista: Elaine Carneiro

por Lala Évan

10.11.2020

Eleições de 2020, aqui todos contam. Vamos dar voz a alguns candidatos com poucos recursos para concorrem às eleições para vereadores de São Paulo.

O Cidadão e Repórter, no cumprimento de sua missão de informar com total imparcialidade, está disponibilizando um espaço para ouvir os candidatos que estão na jornada das próximas eleições de 2020 na cidade de São Paulo. Traremos entrevistas de candidatos que nem sempre contam com recursos, quer sejam próprios ou de seus partidos, e costumam atuar localmente, conhecedores que são dos principais problemas de suas comunidades.

Nossa entrevistada é a Dra. Eliane Carneiro, ​ 56, advogada e professora em Direito Criminalista, natural de Barueri - SP. Candidata a Vereadora em São Paulo pelo partido Cidadania n° 23.056, é a primeira vez que concorre a um cargo político.

Explicou, que sentiu-se na obrigação de iniciar esta nova jornada na carreira política após enfrentar dificuldades em atender as necessidades de uma ONG chamada YAYA, existente há 20 anos na zona norte de S. Paulo, mantendo 180 crianças, sem nunca contarem com uma sede.

Indignada com o descaso do governo atual, porque pediram para suspender as ações para com crianças, passou a verificar como poderia reaver os espaços que antes lhes foram cedidos.

Foi por orientação de vários dirigentes, e por estar sempre a serviço de ações sociais, que verificou a importância de representar essa comunidade, atuando em sua defesa, por meio de políticas públicas de cidadania.

Sobre sua visão de política da cidade de São Paulo, comentou que sempre participou de política apartidária e que já havia sido convidada anteriormente, e só por causa da impotência em ajudar as crianças, despertou o interesse em avaliar a possibilidade de estar no lado político.

Foi quando o partido Cidadania a procurou, e não teve dúvida em aceitar.

Sobre a responsabilidade do vereador, Dra. Elaine conceitua que o papel dele é de criar projetos de leis, organizar a vida social pública dentro do município e também se responsabilizar pelo cuidado da política pública social.

Explica que o que a fez abraçar a causa do Cidadania, foi a organização do partido, onde existe uma posição de ouvir os seus candidatos e no que eles pretendem fazer. Sabem que a sua proposta é ter a oportunidade de trabalhar para comunidades, sem estar engessada.

Quanto às propostas mais relevantes que sua campanha está abordando, mencionou que partiu de sua experiência na ONG, trazendo o olhar para crianças, jovens e adolescentes, amparando-os na educação básica e formação profissional, com projeto de direcionamento escalonado. Apoiam também jovens dependentes químicos.

Um outro item importante, segundo a candidata, é ter creches com período integral, para ajudar as mães que trabalham, com horário versáteis e vislumbrando, também, um apoio para trabalhos com microempreendedorismo.

Dra. Elaine comentou que a preocupação maior está focada na educação, pois os jovens de hoje, sem direção, serão adultos sem direção amanhã.

A maioria deles está decepcionada com todos os problemas enfrentados pela pandemia e a educação. Enfatizou que o interesse pelo ENEM dos jovens de periferia é mínimo. E que esses jovens já não manifestam vontade de tentar prestar o exame.

Segundo ela, de 100% de alunos do 3º ano fundamental, apenas 5% estão com vontade de prestar o exame em janeiro/2021, porque não se sentem preparados.

Mas, com uma política pública educacional básica em falência, em sua opinião, o ENEM é de menor importância, perante as bases que esses jovens deveriam estar recebendo. Cada vez mais propensos às desigualdades, em sua análise.

Enfatizou que o governo deveria elaborar ações com programas e projetos​ político-sociais que visem à diminuição das diferentes formas de aprendizado, nivelando o conhecimento, com o propósito de criar igualdade de oportunidades.

Dra. Elaine, em seu comentário final, diz saber que ao conseguir ser eleita como vereadora, tem a convicção que deverá aproveitar projetos de lei já existentes, e que não estejam funcionando como deveriam.

O que importa, segundo ela, serão propostas que venham ao encontro das necessidades das comunidades.

Não tem ilusão em ter projetos de lei em seu nome, o que importa é trazer funcionalidade para o povo.

Outra análise que fez , foi a de que não existe políticos ruins, e sim, políticos mal preparados para o cargo a que se candidataram. Sem conhecimento não terá como ser o representante do povo.

Finalizou dizendo: "Independentemente em quem irá votar, mas votem… Se não vão votarem nada vai mudar. Opine, participe, não se esconda".


Revisão: Maite Ribeiro

Assista a entrevista: