Dando continuidade ao ciclo de palestras promovidas pela Associação Brasileira de Agronegócio — ABAG, professores convidados deram destaque à tecnologia e à inovação, considerando sua importância para o agronegócio brasileiro.
Os palestrantes explanaram vários assuntos importantes para o agronegócio. Uma das abordagens teve espaço privilegiado: a tecnologia e a inovação, que ainda apresentam alguns desafios, especialmente no Brasil. Um dos exemplos citados foi a conectividade, deficiente em áreas rurais, sendo que a infraestrutura de rede necessita de ampliação e melhorias para garantir conexão a todos.
Fazendo uma breve contextualização histórica, no passado, a produção agrícola sempre foi vista como um trabalho de subsistência.
Agricultura 1.0 (Feita à Mão) —Marcada pelos baixos recursos tecnológicos e a baixa produtividade.
Agricultura 2.0 —chegou com as máquinas e a ciência por volta da década de 1950. Neste contexto, destacaram -se o início da produção em escala e o comércio global.
Agricultura 3.0 (entre 1990 e 2010) — iniciou-se a introdução no mercado da automação, sustentabilidade e coleta de dados que contribuíram com a produtividade do campo, norteando os agricultores na tomada de decisões.
Agricultura 4.0 — chega partir de 2010 e ainda estamos vivendo essa versão.
Essa etapa registrou a nova era digital com novas tecnologias e pesquisas que potencializaram o agronegócio.
Segundo o professor José Antonio Rossato Jr., "saímos do rastelo para o drone", com os consequentes ganhos adquiridos com pacotes tecnológicos e com ferramentas de digitalização, valorizando a sustentabilidade.
Com a pulverização agrícola através de drones, que controlam pragas e doenças hospedadas na plantação, em locais onde veículos não vão, aumentou a produção e acrescentou mais benefícios à sustentabilidade.
Atuações importantes em 2020
Bioenergia. Pode ser uma das soluções para suprir boa parte da demanda mundial de energia, ao mesmo tempo que minimiza as mudanças climáticas, alimentando a população de forma sustentável.
Convergência Biodigital. A ideia é unir a biotecnologia e tecnologias digitais para dar suporte à resolução de problemas dos vários setores técnicos do agronegócio.
Rastreabilidade. Antes que um produto agrícola chegue à mesa, ele faz um longo caminho. Basicamente, depois do plantio vem o escoamento da produção. As gigantes da indústria de alimentos estão se utilizando de tecnologia avançada, conhecendo o caminho feito pelos alimentos até chegar à mesa do consumidor. Deu como exemplo a Nestlé, que permite que os clientes rastreiem a origem dos produtos.
Robôs. A tecnologia chegou para dar um salto no mercado de agrotech e um dos pilares fundamentais são os robôs. O avanço nessa área permitiu o surgimento de máquinas capazes de executar tarefas sem orientação humana direta. Já existe robô projetado para executar trabalhos mais complexos como povoar o campo, monitorar o desenvolvimento de lavouras e criações, medir performance e detectar qualquer deficiência da sua safra.
Logística Reversa de Embalagens. O setor agrícola está cada vez mais estruturado para tratar embalagens plásticas de defensivos agrícolas com total consciência ambiental.
Os professores Rossato e Caio Carvalho, abordaram os modelos de cooperativas, mostrando como uma comunidade pode ser desenvolvida quando se une força e produção. A capacidade de gestão e o aprimoramento tecnológico das cooperativas brasileiras terão um papel importantíssimo para que o Brasil possa continuar entre os líderes em produção agrícola no mundo.
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