1 em cada 10 CEOS é mulher ou negro: 90% dos cargos são ocupados por homens brancos

Apenas 37% dos cargos gerenciais em 2019 eram ocupados por mulheres, segundo dados do levantamento Estatística de Gênero

Redação

14.01.2022

CEO da Minds Idiomas, Leiza Oliveira, representando a gerência feminina. Imagem: divulgação.

Ao falar de liderança, o número de homens que ocupam o cargo é ainda maior em comparação às profissionais mulheres. Até nos dias de hoje, em alguns casos, mulheres continuam sendo consideradas menos capazes de atuar em cargos de alto nível de gestão, e a maioria dos cargos são ocupados por homens brancos. Uma a cada 10 posições de CEO é ocupada por mulheres ou negros, ou seja, 90% dos CEOs das empresas brasileiras são homens brancos, de acordo com a pesquisa da Page Executive, unidade de negócio do PageGroup especializada em recrutamento e seleção de executivos para alta direção, em parceria com a Fundação Dom Cabral.

Essa estatística mostra que as mulheres ainda não são reconhecidas como líderes na área profissional, o que desfavorece o papel da mulher diante a sociedade e no mercado. As mulheres ainda enfrentam barreiras para acessar um cargo de chefia e gerência. Conforme dados do levantamento Estatística de Gênero (Indicadores sociais das mulheres no Brasil), no país, apenas 37% dos cargos gerenciais em 2019 eram ocupados por mulheres, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a pandemia, as mulheres se reinventaram e se mostraram fortes para tomar conta de seus negócios, as profissionais empreendedoras implementaram inovações nas suas empresas. Cerca de 42% delas passaram a comercializar novos produtos/serviços, desde o início do coronavírus, contra 37% dos homens, segundo dados do Sebrae.

Para a CEO da Minds Idiomas, Leiza Oliveira, há cerca de 15 anos gerenciando o ramo da educação e de suas unidades de franquia, é muito importante mudar a concepção de que as mulheres e negros não podem preencher cargos de chefia. “Essa mentalidade de que somente os homens estão preparados é reflexo do racismo e machismo estrutural da sociedade. As mulheres e os negros se instruem e se capacitam cada vez mais para competir e alcançar uma vaga de gerência e/ou direção”, relatou Leiza Oliveira.

Os negros não estão sendo representados no mercado de trabalho, na educação e ainda sofrem com a desigualdade social, mesmo o Brasil apresentando 56% da população preta ou parda, de acordo com o IBGE. Uma pesquisa “Racismo no Brasil”, do Instituto Locomotiva, apontou que apenas 22% dos cargos de chefia são ocupados por negros.

A CEO Leiza complementa que, em 2022, o número de mulheres e negros ocupando cadeiras de chefia precisa aumentar, e que a desilgualdade seja deixada de lado. “Vivemos em um país que o racismo e o machismo são estruturais, hoje estamos debatendo mais sobre os temas e há mais reflexões e ações para praticarmos atitudes anti racistas e anti machistas. Uma dessas atitudes está em conceder acesso a negros e mulheres nos processos seletivos para a direção de empresas. Para que no futuro, o nosso país seja referência na educação civil e na cultura organizacional das companhias, evidencia a CEO da Minds Idiomas.

Para atuar em um cargo de gerência/diretoria são exigidos além da experiência, uma qualificação a mais, como ter um segundo idioma. O inglês é um dos pontos chaves que fazem a diferença na hora de selecionar um candidato. A Minds Idiomas tem condições diferenciadas para mulheres e negros.

Fonte: queissada

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