A chefe de polícia e delegada Nadine Faria Anflor, faz um importante trabalho social sobre violência contra a mulher. Motivo de orgulho onde trabalha na Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a Chefe Nadine recebeu o prêmio Mulheres Brasileiras que Fazem a Diferença 2020, oferecido pela Embaixada e Consulado dos Estados Unidos no Brasil como reconhecimento de líderes mulheres que prestam relevantes serviços à comunidade. Defensora da Lei Maria da Penha, atua no resgate da mulher vítima de preconceito e violência. Casada e mãe de um adolescente, Nadine se preocupa na educação do filho num cenário de intolerância ainda muito presente nos dias de hoje.
Cristina Junqueira, engenheira paulista e destaque na área financeira, é sócia fundadora e vice-presidente da startup Nubank, uma fintech inovadora no sistema de bancos no Brasil. Ela e outros 2 sócios, inconformados com taxas de serviços abusivos arriscaram tudo para transformar e simplificar o tradicional sistema de atendimento dos bancos, tornando-o essencialmente digital. Com êxito, agora miram o mercado de ações internacional. Cristina é a única brasileira na edição 2020 da Fortune's 40 Under 40 para empreendedores líderes de inovação no mundo dos negócios financeiros. Para a mulher conciliar trabalho e maternidade é parte da vida e “temos que considerar que somos cidadãs, filhas, esposas, mães” e gerenciar todos os papéis para buscar o equilíbrio, declarou em entrevista ao site Engenharia360.
A capitã paraense Hedilene Lobato Bahia é a primeira comandante mulher a ocupar o posto mais alto da hierarquia da Marinha Mercante Brasileira. Em 2012, aos 36 anos, foi nomeada capitã de longo curso, e é a única mulher no Brasil apta a navegar pelos mares do mundo inteiro. Hedilene ingressou na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante, onde a grande maioria da sua turma era formada por homens. Mais tarde passou para o quadro da Transpetro onde foi recebida com certo receio, porém quebrando o tabu, provou que era capaz de exercer qualquer função no meio masculino com igualdade (portalnaval.com.br). Sua rotina bastante atribulada é estimulante e compensadora, motivo de orgulho da família por ter alcançado um posto tão importante e incomum para uma mulher.
Thereza Maria Machado Quintella, foi embaixadora em Viena e em Moscou e cônsul geral do Brasil em Los Angeles. Carioca, casada e mãe de 6 filhos, atualmente aos 83 anos está aposentada. Formou-se em Letras Neolatinas no Instituto Santa Úrsula e logo em seguida ingressou no Curso de Formação de Diplomatas. Alguns anos depois, foi promovida a Ministra de Primeira Classe e passou a dirigir o Instituto Rio Branco, sendo a primeira mulher neste cargo (fgv.br/cpdoc/acervo). Em um evento comemorativo de um século de mulheres diplomatas no Itamaraty, discursou ressaltando que as mulheres eram designadas somente para áreas administrativas e consulares, e nunca na área política “porque a área política é que dá visibilidade e poder, e o que os homens não queriam era a possibilidade de dividir o poder. Este é um problema até hoje para as diplomatas”, declarou (Agência Brasil). Como diretora geral do Instituto Rio Branco, foi homenageada tendo seu nome numa sala deste Instituto.
Monja Cohen, como é conhecida, é na realidade Cláudia Dias Baptista e Souza. Numa entrevista à Revista Cláudia em 2017, a já bisavó Monja Coen, contou como foi mãe precoce aos 17 anos e sobre a sua juventude rebelde típica dos anos 60. Foi repórter do Jornal da Tarde, morou no Nordeste onde conheceu a pobreza e a aridez da vida, tentou suicídio e foi presa por tráfico de LSD, entre outras peripécias. Ainda jovem, encontrou o significado da vida dentro de um templo budista onde permanece ativista do Zen Budismo até hoje aos 73 anos. Tem seu próprio reduto no bairro do Pacaembu, em São Paulo, e é considerada uma monja pop por inúmeros seguidores na Internet (monjacoen.com.br) e com diversos livros publicados sobre o Budismo e suas práticas, além do que, compartilha mensagens de paz e otimismo nas redes sociais e no Youtube. Em defesa da violência contra a mulher, declarou em entrevista para a revista Isto É em janeiro de 2020 que “as mulheres são vítimas de um carma coletivo, os homens se acham no direito de agredir e explorá-las sexualmente” e que briga de casal com agressões e violência é caso de polícia.
Perto de completar 50 anos, Rachel Maia, nascida e criada na zona sul de São Paulo, é considerada um prodígio como executiva de grandes empresas internacionais. Formada em Ciências Contábeis, com especialização em Harvard e pós-graduação na USP, desenvolveu sua carreira como contadora a chefe executiva nas empresas Seven Eleven, a farmacêutica Novartis, joalheria Tiffany &Co., nas filiais da Lacoste, Pandora e outras grifes da moda. Em 2017 foi nomeada para o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Governo Federal.
“A sociedade precisa se acostumar com mulheres no comando de empresas”, declarou em entrevista à revista Pequena Empresas Grandes Negócios, em 2018.
Em seu recém lançado livro “Meu caminho até a cadeira número 1” conta sua história de mulher negra da periferia que não desistiu de seus objetivos de empreendedora e sempre acreditou que chegaria ao topo.
Sueli Carneiro Jacoel, 70 anos, nascida em São Paulo, é filósofa e doutora pela USP. Escritora e ativista do movimento negro no Brasil, é fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, que atua na área da saúde, política e jurídica. O nome Geledés é originário de um festival africano que celebra o poder feminino da fertilidade e procriação da terra, que celebra as mães.
Sueli recebeu em fevereiro de 2021 o prêmio Kalman Silvert LASA 2021 (em referência ao cientista político estudioso das manifestações culturais na América Latina) como reconhecimento de sua produção literária e acadêmica centrada no feminismo negro. Recebeu o Prêmio Especial Vladimir Herzog em 2020, concedido a personalidades de destaque na defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos, e em 2017 o Prêmio Itaú Cultural – Mobilizar. Em 2003 recebeu o diploma Mulher - Cidadã Bertha Lutz, dado pelo Senado Federal às mulheres em destaque pelos direitos femininos em questão de gênero. Sueli Carneiro é também uma das fundadoras da Articulação Mulheres Negras Brasileiras, referência nacional sobre este tema.
Em sua fala na Sociedade Brasileira de Medicina e Saúde da Comunidade, SBMFC, questiona o estereótipo que certos segmentos da publicidade não se dão conta ao “enfiar um negro no meio de uma multidão de brancos em um comercial para assegurar suposto respeito e valorizar a diversidade étnica e racial para se livrar de acusações de exclusão” porque um indivíduo em propaganda povoada de brancos não pode representar uma coletividade. A questão é bem mais complexa. Em suas publicações esse tema recorrente é tratado com muita lucidez e realismo.
Hoje já é possível fazer uma lista das 11 melhores jogadoras de futebol brasileiras. Contratadas por grandes times, onde a maioria em campo são os homens, não deixam nada a desejar e tem conquistado um público cativo cada vez maior. Até há alguns anos atrás, as mulheres estavam ainda iniciando suas carreiras.
Marta Vieira da Silva encabeça esta lista e dispensa apresentações. Natural de Dois Riachos, Alagoas, Marta tem 35 anos. Segundo o blog Elas no Ataque, do Correio Brasiliense, é a melhor jogadora da história do futebol feminino no Brasil, eleita a melhor por seis vezes, é a maior artilheira de todas as Copas do Mundo, entre homens e mulheres, e chegou a 17 gols na França. Marta atua nos Estados Unidos no Orlando Pride, desde 2017.
Conquistou os Jogos Panamericanos em 2003 e 2007, três títulos na Copa América, em 2003, 2010 e 2018, foi vice-campeã da Copa do Mundo em 2007 e ganhou duas medalhas de prata nos Jogos Olímpicos em 2004 (Atenas) e 2008 (Pequim).
Como se não bastasse esta longa lista de conquistas, Marta é muito lembrada na Suécia, onde jogou por 10 anos.
Agora está em compasso de espera desde o ano de 2020 para as Olimpíadas de Tokyo adiada para 2021.
Pelas histórias dessas e tantas outras mulheres com todo esse fôlego para estudar, trabalhar, cuidar de filhos e família, e ainda fazer a diferença com atitudes inovadoras, todas merecem um troféu com a inscrição: Só podia ser mulher!
Revisão ortográfica: Geyse Tavares