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CRÔNICAS ‣ humor

Os opostos se atraem?


Será que os opostos se atraem? Um casal, ela mística e ele adepto da ciência, confirma a tese. Como será que enfrentam uma sexta-feira 13?


Laerte Temple

24.10.2021

Dizem que os opostos se atraem. Essa teoria, criada no fim do século XVIII, foi essencial para pesquisas sobre eletricidade, mas quando o assunto é relacionamento, nem sempre se aplica. A ciência diverge sobre o tema. Não existe consenso. Psicólogos e terapeutas discordam que os opostos se atraem, mas os abelhudos e os palpiteiros defendem a ideia. O STF ainda não se pronunciou.

Nenhum estudioso ou observador da vida alheia consegue classificar a relação entre Zildo e Mila. Antropóloga das redes sociais formada no Google, ela enriqueceu com o Youtube e o Instagram, onde posta textos e lives diárias sobre sorte, simpatia, esoterismo e dicas contra mau  olhado, encosto, trabalhos e magia negra. Joga Tarô, faz mapa astral e toda a sorte de atividades místicas. É muito famosa. Ele é físico quântico e geólogo, tem raciocínio lógico-matemático e é pós-graduado  em química. Ambos são diametralmente opostos, mas estão noivos e com casamento marcado.

Na última sexta-feira, dia 13, Mila acordou Zildo bem cedo e insistiu para não sair de casa. Além da data cabalística, muitos fatores conjuravam um dia terrível: o Cruzeiro vai para a série C, o dólar subiu, a Anitta tatuou o caneco, o voto impresso não passou, o Faustão saiu da Globo, os tanques desfilaram nas ruas, Roberto Jefferson foi preso, o Taleban voltou etc. Resumindo: dia zicado. Melhor ficar de boa. Mila tinha horário na costureira, mas pediu para provar a roupa em sua casa. Não ia sair de jeito nenhum. Zildo é um homem da ciência. Respeita o trabalho dela, mas não acredita em superstição porque isso dá muito azar. Como não conseguiu convencer o amado a faltar no trabalho, Mila recomendou cuidados extras e colocou um dente de alho, um ramo de arruda e sal grosso no bolso do paletó dele.

— Não vai descer para o desjejum?

— Tenho frutas, água, garrafa térmica com café, incenso, celular e notebook para meu trabalho. O penico está embaixo da cama. Hoje farei bed office. Não saio da cama. O dia está carregado demais.

Durante o café da manhã solitário, Zildo acessou o canal da Mila e riu das postagens. Não entende como ela ficou rica com essas baboseiras e ele, com duas graduações e mestrado, é fiscal da prefeitura e ganha apenas o piso salarial.

Enquanto aguardava o ônibus para o trabalho, viu uma garota birrenta jogar as Havaianas no meio da rua, que caíram viradas para baixo. A mãe foi pegar e morreu atropelada por um ônibus da Viação Gato Preto. O dono da barbearia em frente ao ponto de ônibus viu tudo, bateu 3 vezes na moldura de madeira do enorme espelho que caiu, estilhaçou e perfurou a garganta do cliente. O barbeiro tentou socorrer mas acabou cortando o próprio pulso com a navalha e ambos sangraram até morrer. Para Zildo, era tudo mera coincidência.

A repartição estava em obras e sua mesa foi colocada embaixo da escada. Zildo hesitou, mas sentou-se para não dar o braço a torcer, pelo menos até ver a tia do café tropeçar enquanto descia a escada. Ela caiu, fraturou a tíbia e o café queimou as costas de Zildo e manchou sua camisa.

Ele deu uma desculpa e foi embora. Nem quis saber de ônibus. Andou pela sombra, longe das escadas, fugiu de gatos de qualquer cor e evitou os espelhos.

Suado, cansado e aliviado, entrou em casa, trancou a porta, subiu correndo, invadiu o quarto e viu Mila junto à costureira, provando o vestido de noiva.

— Você não pode ver a noiva vestida antes do casamento. Dá azar!

— Desculpe, amor. Não vi nada. Tô vazando .

Zildo tampou os olhos e saiu. Sem enxergar, pisou no rabo do gato, tropeçou e rolou escada abaixo. Um pesado vaso de Espada de São Jorge despencou sobre seu corpo e ele morreu na hora, com o sangue escorrendo pela perna.

— Acorda homem. Por que tá estrebuchando? O que deu em você?

— O que aconteceu? Cadê seu vestido de noiva?

— O casamento é no fim do ano e ainda nem pensei no vestido. Sossega!

— Tive um sonho horrível. Acho que estou sangrando.

— Que sangrando que nada. Você urinou no pijama. Sonhou com o quê?

— Coisas malucas. Que dia é hoje?

— Dia 13, sexta-feira. Por quê?

— Vou ligar para a repartição e dizer que não estou me sentindo bem. Hoje não saio de casa nem se a coruja de louça piar.

— Quem diria. Tá aprendendo, heim!


Revisão ortográfica: Leilaine Nogueira


Os artigos publicados com assinatura são de responsabilidade exclusiva de seus autores e pode não ser necessariamente a opinião do Cidadão e Repórter.Sua publicação têm o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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