Foto: Gio Mikava on Unsplash
Com a Internet e a comunicação instantânea, as notícias chegam aos mais longínquos rincões quase no mesmo instante em que os fatos acontecem. Há até que diga que não falta muito para que se consume a previsão do filme “007 – O amanhã nunca morre” – onde o vilão, magnata da mídia, quer divulgar os fatos antes de acontecerem.
Em alguns países as escolas voltaram, em outros não. Uns dizem sim, à vacina, outros dizem não. Qual vacina? Quem deve ter prioridade? Quais serviços são essenciais e quais não são? Em maio deste ano, a imprensa suíça divulgou que o governo liberou o funcionamento dos prostíbulos antes das academias de judô.* Questão de prioridades. Para tentar esclarecer as dúvidas dos ouvintes, a repórter Bina, da rádio Difusora de Cucuí de Las Palomas, conseguiu entrevista exclusiva com a infectologista Dra. Ester. Eis a transcrição do áudio.
— Restabelecemos o contato com a infectologista Dra. Ester Elisa que explica o quadro atual. Doutora Ester Elisa, a senhora falava sobre a disputa política atrelada à pandemia, os grupos prioritários e a definição do dia “D”.
— Minha cara Bina e prezados ouvintes. Todos querem a normalidade, mas algumas precauções devem ser observadas. O problema é complexo e as autoridades deviam se unir em torno da solução em vez de manter o cabo de guerra. A pandemia e a disputa política trouxeram incertezas numa área onde o país é referência mundial.
— Mas doutora, a logística envolve vários países. Isso pode complicar?
— Lidamos com a americana Pfizer e temos fornecedoras locais e da China, Rússia e Índia, dentre outras. Porém o problema não é esse.
— Onde a roda está pegando?
— Grupos prioritários. Todos querem furar a fila. Idosos querem preferência, professores ameaçam não voltar ao trabalho se não forem atendidos, os seguranças alegam que estiveram na linha de frente e merecem prioridade. Até o judiciário tentou dar uma carteirada. A procura será grande.
— É possível atender todos os interessados?
— As fornecedoras dizem que sim, um por vez, sem aglomeração. A ansiedade é grande e ninguém quer ficar no fim da fila, mesmo com a garantia de que todos serão atendidos.
— Os governantes falharam?
— Com certeza. Tudo foi objeto de polarização política. O dia “D” foi definido, mas a comunicação falhou, as prioridades não são claras e a desconfiança é grande. Agora os deputados resolveram intervir no processo. Onde tem holofotes, a briga pelo protagonismo aumenta. Veremos ver onde isso dará.
— A senhora acredita que tudo terminará bem?
— Certamente. O desejo é muito grande, mas todos serão atendidos. As fornecedoras têm tradição e experiência de longa data e prometem atender a demanda, se a política não atrapalhar.
— Doutora Ester Elisa, nossa audiência é rotativa e tivemos problemas com a Internet. Farei um resumo para os ouvintes que sintonizaram agora, para ninguém perder nada. Por favor, corrija se eu disser algo errado.
— Pode deixar.
— Caros ouvintes. O legislativo aprovou o retorno à atividade dos prostíbulos da Suíça e os estabelecimentos nacionais querem igualdade de tratamento. A americana Pfizer garante que não faltará ViagraTM. As profissionais nacionais e também as chinesas, as russas, as indianas e as demais afirmam que estão preparadas para atender os fregueses, um de cada vez. O problema é que idosos, professores e seguranças querem prioridade. É isso doutora?
— Correto, cara Bina. A partir do dia “D” e na hora “H”, os fregueses “F” serão atendidos pelas periguetes “P” sem aglomeração “A”.
— Doutora Ester Elisa, obrigado pela entrevista. No próximo bloco: “Estudo comprova que prostitutas que usaram anticoncepcional com eficácia de 50% geraram mais políticos com deficiência mental.”
(*)Suíca autoriza retorno de trabalho sexual mas não do judô
Revisão ortográfica: Anne Preste