Conhecido por Campo do Guaré ou Caminho do Guarepe, expressão que significa "matas em terras molhadas", sofria frequentes inundações provenientes dos rios Tamanduatei e Tietê. O nome luz veio em 1601, quando Domingo Luís, "o carvoeiro", construiu uma capela na região em devoção a Nossa Senhora da Luz, atraindo devotos e tornando-se uma referência geográfica. O local passa a ser ocupado por fazendas e chácaras, com o gado pastando solto, um cenário difícil de se imaginar ao comparar com atualmente.
Isso porque a história do bairro, como é conhecido, passa por profunda transformação e toma forma no século XIX. O pântano aos poucos é aterrado, pontes edificadas são erguidas, o Parque da Luz é construído (1825) e o Seminário Episcopal inaugurado (1856). A região, formada por chácaras e sítios, se tornou uma das mais importantes da cidade ao receber a construção da São Paulo Railway (1867) e da Estrada de Ferro Sorocabana (1914) que daria origem a Estação Júlio Prestes - segundo prédio construído em 1938.
Por conta disso, diversas indústrias foram atraídas para a região, inclusive a primeira fábrica da montadora Ford no Brasil e a primeira Hospedaria de Imigrantes, onde eram alocados antes de serem dispersados (em maioria) para o interior de São Paulo. Com os investimentos municipais em vias de acesso ao centro, calçamentos e iluminação, instalação de bondes e melhorias no Jardim da Luz, o bairro se tornou um ponto de encontro das elites.
A valorização diversifica o comércio com hotéis e restaurantes que visavam atender aos viajantes rumo ao interior paulista. Até 1920, com o propósito de aumentar a qualidade da região foram construídos mais prédios culturais importantes, como o Liceu de Artes e Ofícios, a Pinacoteca do Estado e o Museu de Belas Artes.
Até a metade do século XX o bairro era constituído como principal circuito de negócios, compras e lazer das elites, mas a situação muda quando as grandes empresas se deslocaram para a Avenida Paulista. Com a migração das elites tem-se o início um processo de desvalorização imobiliária, intensificado com a popularização da área devido a valorização do transporte rodoviário ao integrar as regiões mais periféricas ao centro.
Atualmente, além do comércio a região abriga um importante centro cultural e histórico. São eles: a Estação da Luz, a Estação Júlio Prestes, a Pinacoteca do Estado, a Sala São Paulo, o Parque da Luz, o Museu da Língua Portuguesa, além de templos de diferentes religiões como a mais antiga sinagoga de São Paulo, a Sinagoga Kehilat Israel e o Mosteiro da Luz, onde há, anexo, o Museu de Arte Sacra. Além das diferentes religiões, decorrentes do alto número de imigrantes, o aspecto gastronômico é repleto de opções, de comida grega e italiana à búlgara.
Pinacoteca do Estado
End.: Praça da Luz, 2 – Luz – São Paulo.
Horário de funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 17h30.
Tel.: (11) 3324-1000.
www.pinacoteca.org.br
Parque da Luz
End.: Praça da Luz, s/nº – Bom Retiro – São Paulo.
Horário de funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 9h às 18h
www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/parques/regiao_centrooeste
Mosteiro da Luz
End.: Avenida Tiradentes, 676 – Luz – São Paulo.
Tel.: (11) 3311-8745.
Horário de funcionamento: todos os dias, das 8h30 às 11h e das 14h30 às 16h30. Missas: de segunda a sexta, às 7h. Sábados, às 8h e às 16h. Domingos, às 8h, 10h30 e às 16h.
www.mosteirodaluz.org.br
Museu de Arte Sacra
End.: Avenida Tiradentes, 676 – Luz – São Paulo.
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h.
Preço: R$ 6,00 - Grátis aos sábados.
Tel.: (11) 5627-5393.
www.museuartesacra.org.br
End.: Praça da Luz, 1 – Luz – São Paulo (Metrô Luz).
Horário de funcionamento: todos os dias, das 4h às 24h.
Grátis.
Tel.: 0800-55-0121.
Estação Júlio Prestes - Sala São Paulo
End.: Pça. Júlio Prestes, s/nº – Luz – São Paulo.
Tel.: (11) 3367-9500 / (11) 3223-3966.
www.osesp.art.br/portal
Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim
End.: Largo General Osório, 147 – Santa Ifigênia – São Paulo.
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
Tel.: (11) 3221-0750.
www.emesp.org.br
Oficina Cultural Oswald de Andrade
End.: Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo.
Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 9h às 22h. Sábados, das 10h às 18h.
Tel.: (11) 3222-2662 / (11) 3221-4704.
www.oficinasculturais.org.br
Museu da Língua Portuguesa
End.: Praça da Luz, s/n – Luz – São Paulo.
OBS: Não conseguimos informações sobre seu funcionamento
A atual Estação da Luz, tal como a conhecemos, foi inaugurada em 1901.
A primeira viagem de um trem até a Luz resultou em um grande tragédia. Uma das composições descarrilou e o maquinista morreu. Vários passageiros ficaram feridos, entre eles o senhor Barão de Itapetininga.
O material usado na construção da Estação da Luz foi importado. De pregos a telhas de cerâmica, dos pesos à estrutura de aço, quase tudo veio para o Brasil de navio. Os materiais foram trazidos da França, Escócia e Inglaterra.
De inspiração neoclássica, a estação foi projetada pelo arquiteto inglês Charles Henry Driver. O relógio foi inspirado no Big Ben londrino.
A estação quase foi destruída por um grande incêndio em 1946. O fogo durou sete horas e deu muito trabalho para ser controlado. A atual estação é fruto de uma reforma terminada em 1951.