Panorama da Música Brasileira do século XX

Paulinho da Viola

por Bernadete Siqueira

22.10.2020

O panorama de Paulinho da Viola

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX com Paulinho da Viola.

Paulinho é um violonista, cavaquinista, bandolinista, cantor e compositor de samba e choro brasileiro, conhecido por suas harmonias sofisticadas e sua voz suave e gentil.

Desde pequeno gostava de ouvir choros e sambas. Assim, teve a oportunidade de conviver com grandes chorões da época, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim e Dilermando Reis, entre outros, observando a maneira de tocar dos músicos.

Aos 15 anos ganhou do seu pai um violão, instrumento que começou a aprender a tocar sozinho. Ao mesmo tempo, começou a se envolver com carnaval.

Aos 19 anos conseguiu seu primeiro emprego como contador em uma agência bancária enquanto estudava economia. Em um dia de trabalho, viu Hermínio Bello de Carvalho, a quem conhecia de vista dos saraus musicais. Depois de uma rápida conversa lhe aconselhou a abandonar a carreira enquanto era jovem. Paulinho atendeu e Hermínio foi um dos primeiros parceiros musicais e grande incentivador de sua carreira.

Depois de conhecer o poeta Hermínio e colocar música em seus versos ele foi levado para participar dos shows no bar de Cartola e Zica, local que virou um reduto do samba e do chorinho. Cantava sambas de Geraldo Pereira e de Noel Rosa.

O primeiro encontro de Paulinho com a ala de compositores da Portela se deu no Bar do Nozinho, quando mostrou a música Recado, um samba do qual só havia feito a primeira parte. Naquele momento, junto com Casquinha, fez a segunda parte e Paulinho estava aprovado como compositor.

No Carnaval de 1970, o coração de todo folião se deixou levar pelo samba Foi um rio que passou em minha vida. Arrastando multidões há 50 carnavais, a composição resiste soberana, em 2020, como o maior sucesso do autor.

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.
Revisão: Maitê Ribeiro