Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX com Ary Barroso.

Foi um compositor brasileiro de música popular. Estudou teoria, solfejo e piano; com doze anos já trabalhava como pianista e com quinze anos fez a primeira composição, um cateretê "De longe".

Adepto da boêmia, iniciou como pianista no Cinema Íris, e mais tarde, na sala de espera do Teatro Carlos Gomes com a orquestra do maestro Sebastião Cirino. Tocou ainda em muitas outras orquestras.

Em 1929 obtém o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais.

Em 1930, Ary Barroso venceu o " Grande Concurso de Música Popular", para escolha de canções carnavalescas e começou a escrever as primeiras composições para o teatro musicado carioca.

Em 1939 Aquarela do Brasil teve a primeira audição e foi regravada diversas vezes no Brasil e no exterior; considerada uma expressão dos chamados “samba-exaltação” essa música teve centenas de gravações mundo afora e, até hoje, é uma das que mais produzem direitos autorais no exterior.

Ary Barroso teve a oportunidade de se tornar conhecido no mundo inteiro, através das músicas que compôs para os filmes de Walt Disney.

A partir de 1943, manteve durante vários anos o programa A hora do calouro, na Rádio Cruzeiro do Sul do Rio de Janeiro, no qual revelou e incentivou novos talentos musicais. Também trabalhou como locutor esportivo e foi um defensor dos direitos autorais.

Ary Barroso foi o artista mais gravado por Carmen Miranda, com 30 músicas. Ao todo são conhecidas cerca de 264 composições de sua autoria, em estilos variados, como choro, xote, marcha, foxtrote e samba.

Foi um crítico da bossa nova, que para ele não era autenticamente nacional, porém na verdade foi um precursor do movimento, tendo sido grande influência para os maiores nomes do gênero: Tom Jobim e João Gilberto.

Ary Barroso morreu em pleno Carnaval, momentos antes de a escola de samba Império Serrano entrar na avenida com um samba-enredo em sua homenagem.