Profª Mestranda Thayna Fabiana Ribeiro & Profº Me. Nicolas Da Costa-Santos
Pesquisadores do Laboratório do Movimento Humano
01.11.2021Quantas pessoas já não perderam uma noite de sono? Às vezes pelo excesso de trabalho, rotina de estudos, estresse acumulado ou até mesmo uma insônia repentina. Dormir bem e ter um boa noite de sono é uma necessidade do nosso corpo, um estado natural, caracterizado pela diminuição de movimentos e das respostas de estímulos externos. Além disso, é essencial para o funcionamento fisiológico e psicológico do organismo. Enquanto dormimos, o corpo produz hormônios e substâncias que desempenham papéis vitais. Portanto, eliminar esse descanso da nossa rotina compromete totalmente o equilíbrio do corpo.
Deste modo, a falta de sono pode implicar diretamente na qualidade de vida dos indivíduos, de maneira que, podem ocorrer dificuldade de concentração, piora da velocidade de resposta à tarefas simples do cotidiano e também prejuízo na memória e aprendizagem. Além disso, a literatura tem evidenciado que a piora do sono também pode estar associada a maior taxa de demências e doenças neurodegenerativas. Devido ao avanço científico, foi possível compreender que certos hormônios e substâncias são produzidas em momentos específicos do dia e da noite, dependentes da exposição à luz solar, o que é conhecido por ritmo circadiano. Este ritmo não envolve apenas a função do cérebro, mas também regula o funcionamento de outros órgãos. E desta forma, a privação de sono pode prejudicar o metabolismo e a imunidade das pessoas.
O exercício tem sido extremamente utilizado como uma terapia não farmacológica coadjuvante para o tratamento de diversas doenças e desordens devido a sua capacidade de restabelecer o equilíbrio do corpo. Logo, não seria diferente com relação à perda do sono, não é mesmo?
O exercício tem se demonstrado ser um importante regulador da atividade cerebral, restabelecendo a produção de substâncias relacionadas à regeneração dos neurônios, memória, aprendizagem e atividade anti-inflamatória. Por este fato, a comunidade científica tem se interessado em avaliar os efeitos do exercício também em doenças neurodegenerativas.
E o contrário também ocorre... O Período de sono regular, de 8 horas por noite, melhora as funções cognitivas e faz com que a síntese de proteínas recupere as fibras musculares, tornando o indivíduo ainda mais preparado para a prática de exercício físico. Isso ocorre, pois, os hormônios que estimulam o crescimento, a recuperação muscular, queima de gordura e construção óssea, agem durante o sono aperfeiçoando respostas fisiológicas. Portanto, para um praticante de exercício físico, o descanso é tão importante para seu rendimento quanto uma sessão de treino, tornando-se um importante aliado aos benefícios do treinamento físico.
Para ajudar a melhorar a qualidade de seu sono, elencamos algumas dicas: diminuir as luzes antes de deitar e se desconectar dos aparelhos tecnológicos, ingerir alimentos leves e minimizar possíveis ruídos em seu quarto, são ótimas estratégias para te ajudar a ter uma noite de sono tranquila. Além disso, adotar a postura correta ao dormir é de extrema importância durante a noite de sono. Enquanto o indivíduo dorme, perde o controle da musculatura da cabeça, por isso, o uso de travesseiros adequados ao biotipo e gosto pessoal é fundamental.
Referências consultadas:
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Revisão ortográfica: Leilaine Nogueira