Covid-19 matou uma criança entre 5 e 11 anos por dia no Brasil desde o início da pandemia. Foto: Marcelo Camargo/EBC
O Ministério da Saúde vai consultar a sociedade civil antes de liberar a vacinação em crianças entre 5 e 11 anos. A Anvisa, órgão regulador, já autorizou a inclusão da indicação da vacina Pfizer em pessoas desta faixa etária. A consulta pública inicia hoje, 23, e vai até o dia 3 de janeiro de 2022. A informação foi publicada no Diário Oficial da União de ontem (22).
A autorização da vacinação desse público é de competência do Ministério da Saúde. O ministro Marcelo Queiroga diz que a liberação da Anvisa não é suficiente para o início de campanhas focadas nesse público.
"A introdução desse produto dentro de uma política pública requer uma análise mais aprofundada. E, no caso de imunizantes, a análise técnica é feita com o apoio da Câmara Técnica Assessora de Imunizações", disse ele. Segundo a Anvisa, a decisão tomada pela agência é "baseada em dados técnicos e científicos". A Câmara Técnica Assessora de Imunizações já se pronunciou a favor da vacinação desta faixa etária.
A dose para crianças entre 5 e 11 anos será menor (à esquerda) e será enviada aos postos de imunização em uma embalagem diferente da versão utilizada em pessoas acima de 12 anos (à direita). Foto: Tobias Schwarz/AFP
A Anvisa atestou a segurança do imunizante Pfizer com dose pediátrica e orientou um intervalo de 21 dias entre as doses. A decisão ocorreu após a apresentação de estudos que indicaram uma eficácia segura de 90% em pessoas maiores de 5 anos.
O presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, em entrevista ao Estadão, disse que os benefícios da vacina devem ser levados em consideração. "Só a Covid mata mais do que todas as doenças do calendário vacinal infantil somadas", explicou ele. Mais de 2.500 crianças já morreram de covid desde o início da pandemia.
Na tarde de quarta-feira, a Anvisa solicitou, por meio de ofício endereçado à pasta, que o Ministério da Saúde corrigisse a informação contida no texto de abertura da consulta, publicado no DOU. Nele, há uma indicação de que o órgão tem a atribuição de autorizar campanhas de vacinação, o que é, exclusivamente, competência do Ministério da Saúde. O texto segue sem modificações.