Desinformação e fake news: o caos ganha força durante a pandemia da Covid-19 no Brasil
As fakes news se espalham 70% mais rápido do que as notícias verdadeiras, diz estudo realizado pelo MIT
As fakes news foi um dos assuntos mais discutidos durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. O termo inglês traduzido para o português, é “notícias falsas”. Essas notícias são publicadas de maneira rápida e repentina pelos veículos de comunicação digital, as mais conhecidas redes sociais, com o objetivo de deteriorar a imagem de alguma pessoa, evento ou até mesmo empresa.
Uma das principais forças para proliferação das rapidamente de informações enganosas, é o poder de persuasão aplicado no fato noticioso, ou seja, muita das vezes, as pessoas leigas não conseguem reconhecer essas notícias falsas. O motivo é a falta de conhecimento em redes sociais ou com baixa escolaridade. Além disso, esse poder viral se dá por conta pelo apelo para o emocional do receptor, fazendo com que acredite no fato noticioso sem antes consultar uma fonte confiável.
De acordo com estudo feito por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, as fakes News se espalham 70% mais rápido, ou seja, enquanto uma pessoa compartilha uma notícia verídica, outras sete disseminam notícias falsas. A análise foi realizada por 6 agências independentes de checagem de fatos no Twitter de 2006 até 2017, sendo mais de 126 mil postagens replicadas a 3 milhões de pessoas.
Pandemia do Coronavírus
Na pandemia não tem sido diferente. O cenário de confusão causado pela circulação informações fraudulentas gerou pânico nas pessoas quando começou o alastramento da Covid-19, doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). O artigo “Da Desinformação ao Caos: uma análise das Fake News frente à pandemia do Coronavírus (COVID-19) no Brasil” detalhou como isso aconteceu ao eclodir a chegada da doença. Segundo o artigo com dados referentes ao Google Trends, no primeiro trimestre do ano de 2020, no Brasil, o número de buscas na internet teve seu primeiro pico em 29 de janeiro, com 17 pontos, tendo uma queda durante o mês de fevereiro e voltando a subir entre o dia 26 de fevereiro (26 pontos) e 13 de março (64 pontos), dia no qual a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou sobre níveis perigosos de transmissão.
Devido à alta procura por informações sobre a doença, o número de publicações lidas e compartilhadas pelas redes sociais com desinformação cresceu exponencialmente ocasionando medo a população. Com isso, o Ministério da Saúde criou uma página na internet com assuntos verídicos e esclarecimento dos fatos sobre o coronavírus no Brasil, o intuito é apaziguar e evitar a disseminação de falso conteúdo.
Confira no quadro a seguir, divulgado no artigo em destaque nessa matéria, as fakes News mais lidas e compartilhadas nas redes sociais no Brasil sobre a Covid-19 junto com os esclarecimentos averiguados em oposição aos assuntos não verdadeiros:
Vacinas
As vacinas contra a Covid-19 estão sendo um dos principais alvos das fakes news durante a pandemia. Como o repasse de informações duvidosas, como a modificação do DNA dos seres humanos, a composição de células de fetos abortados, a implantação de microchips partindo de uma conspiração de Bill Gates e a morte de voluntários de testes por terem sido obrigados a tomar vacinas. Por conta disso, o impacto provocado é a recusa em massa da população brasileira em tomar os imunizantes. Sendo os factóides mais compartilhados,redes sociais, mas em rodas de amigos e familiares.
A vendedora Valdirene Barbosa lamenta que ainda existam casos de fakes news, principalmente em uma época conturbadora de pandemia existencial. “Eu vejo que atrapalha muito a vida das pessoas, porque faz com que as pessoas deixem de fazer determinadas coisas, principalmente de tomar a vacina, pois influenciam de forma negativa através de fotos, vídeos, áudios e textos nas redes sociais deixando-as inseguras”, comenta Valdirene.
O que fazer para combater a fake news?
Você pode fazer um papel muito importante para contribuir contra a disseminação dessa pandemia que já existe há muito tempo, não só no Brasil, mas como no mundo inteiro também. Confira a seguir algumas dicas essenciais ao combate as fakes News:
Sempre leia a notícia na íntegra antes de compartilhá-la, assim você saberá o conteúdo todo e evitará a divulgação de informações imprecisas;
Pesquise no Google ou veículos de comunicação com credibilidade se compartilharam algo sobre assunto;
Cheque sobre o portal que está noticiando o fato e veja se sua reputação é confiável;
Verifique a data de publicação da notícia e certifique-se de que ela é recente;
Consulte órgãos oficiais e avalie se o fato é realmente possível;
Desconfie de notícias com falta de equilíbrio entre esquerda e direita;
Procure por busca reversa de imagem para verificar se realmente aquela imagem é verídica ou se foi fotografada e postada recentemente;
Desconfie de notícias enviadas/recebidas pelas redes sociais, como por exemplo WhatsApp e Facebook ou com links de páginas estranhas.
Revisão ortográfica: Indira Rodrigues