Sandrigo Mangini

“Envelhecer não é doença, mas um processo de vida”

por João Aranha

20.05.2020

Em palestra realizada para os alunos do curso Profissão Repórter 60+, o doutor em cardiologia Sandrigo Mangini deu uma entrevista para João Francisco Aranha, repórter do Cidadão e Repórter e mostrou que todo ser humano possui uma reserva funcional adquirida ao longo da vida mas que não deve ser interrompida com o passar dos anos.

Ele esclareceu que, embora a importância do geriatra seja fundamental, médicos de todas as especialidades precisam atentar para as peculiaridades de se lidar com a velhice, que, face às inevitáveis perdas físicas e cognitivas, requerem especial atenção nas intervenções medicamentosas e terapêuticas em geral, minimizando sempre eventuais riscos para o paciente.

O especialista deixou claro que não existem limites que não possam ser ultrapassados na velhice, uma vez obedecidos os cuidados físicos, cognitivos e sociais.

No que diz respeito a evolução tecnológica, Mangini ressaltou sua importância para a evolução da medicina mas disse que nada irá superar a interação médico-paciente, classificada por ele como uma verdadeira arte e que não se pode exigir que isso ocorra em máquinas de qualquer espécie.

Ele acredita que a próxima revolução tecnológica ocorrerá na genética com a possibilidade da manipulação dos genes, dando aos pacientes maiores possibilidades de atuação que evitariam um determinismo genético.

Exemplificando que os limites estão cada vez mais sendo ultrapassados, o médico disse que realiza transplantes cardíacos em pacientes de até 75 anos, algo impensável algum tempo atrás.

Considerando todo o desenvolvimento tecnológico que já existe e o que está por vir, o médico ressaltou que o grande obstáculo hoje da medicina é entender que as pessoas vão muito além de suas doenças.