Exposição sobre Rita Lee leva panorama da carreira e da vida da artista ao MIS


Criada por João Lee, filho da cantora, a mostra interativa conta detalhes da carreira e da vida pessoal da rainha do rock brasileiro


Vinicius Serrão

18.09.2021

Reprodução/Samsung Rock Exhibition Rita Lee

Uma explosão de cores, de música e de alegria. Assim pode ser descrita a exposição Samsung Rock Exhibition Rita Lee realizada pela Dançar Marketing, mesma empresa que trouxe ao Brasil as exposições de Jimi Hendrix (2015) e Nirvana (2017), e com curadoria de João Lee, filho do meio de Rita e Roberto de Carvalho, e direção artística do jornalista Guilherme Samora, o evento vinha sendo planejado e negociado desde 2018.

Organizada em 18 áreas temáticas, a exposição evita a formalidade de uma linha do tempo e, de uma maneira lúdica, faz com que a própria Rita conduza os visitantes por sua história. Uma das maneiras de fazer parte desse universo é acessar os QR Code indicados na sala e ouvir a própria Rita lembrando sua carreira.

Um dos destaques da mostra se dá pelos 42 manequins espalhados pelos dois andares do salão principal do MIS. Eles vestem figurinos que Rita usou desde os tempos dos Mutantes. Há, por exemplo, o vestido que a cantora usou na apresentação dos Mutantes no Festival Internacional da Canção.

Os manequins foram desenvolvidos especialmente para a mostra. Não havia no mercado peças disponíveis que vestissem de maneira adequada as roupas da cantora. E mais: eles têm a cara, o cabelo e as expressões de Rita nas diversas fases de sua vida. Os rostos foram desenhados pela cenógrafa Clívia Cohen.

As perucas foram cortadas por duas cabeleireiras durante quatro dias de trabalho. Elas mostram a Rita Lee loira na fase dos Mutantes, o vermelho intenso de quando ela se consagrou como a roqueira nacional, o vermelho mais brando que usou por muito tempo até chegar às madeixas brancas que ela ostenta há alguns anos.

Os jovens, de fato, e muitos nem a viram no palco, já que fez seu último show em 2012, tem a oportunidade de ir à mostra. Misturam-se aos fãs mais antigos e olham com atenção um corredor estreito em que (não por acaso) foram colocados registros da censura nacional e da ditadura militar. São acusações de "comunista", letras censuradas e uma carta que recebeu da mãe durante o tempo em que ficou na prisão, acusada de porte de maconha.

Em uma sala batizada de "estúdio" é possível ouvir músicas como Atlântida e Baila comigo remasterizadas com a tecnologia Dolby Atmos, que simula o áudio em 3D. Em breve, Change, canção que Rita lançou em 27 de setembro - a primeira dela em quase uma década -, também estará disponível nas plataformas digitais.

Segundo os organizadores, a ideia é que a mostra percorra as principais capitais brasileiras. A próxima cidade a recebê-la - ainda sem data prevista - provavelmente será o Rio. Há ainda o projeto de levá-la para outros países. Portugal e Estados Unidos são lugares já cogitados.

Samsung Rock Exhibition Rita Lee

Horários: de terça a domingo, das 10h00 às 18h00, até 28/11

Local: MIS - Museu da Imagem e do Som - (Av. Europa, 158, Jardim Europa)

Preço: R$ 25 (meia-entrada) a R$50 (inteira)

Mais informações em Rockexhibition



Revisão ortográfica: Anne Preste


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