Bienal de São Paulo comemora 70 anos com vitalidade, liberdade e diálogo


Com o tema “Faz Escuro Mas Eu Canto”, a 34.ª edição do evento reúne artistas de todo o planeta e faz reverências ao ser humano


Vinicius Serrão

18.11.2021

Identidade visual criada pelo artista Vitor Cesar com a parceria de Fernanda Porto, Julia Pinto e Déborah Salles. Crédito: Levi Fanan/Fundação Bienal de São Paulo

Para comemorar os 70 anos da mais importante exposição de artes visuais da América Latina, a 34.ª Bienal de São Paulo trouxe com mais de mil trabalhos de 91 artistas sob o tema “Faz Escuro Mas Eu Canto”, verso emprestado do poeta Thiago de Mello. A visitação se estende até 5 de dezembro com entrada gratuita.

A mostra, que aconteceria em 2020 sendo adiada por conta da pandemia, chega repleta de novidades. A primeira delas é que ela transpõe as paredes do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Entre os artistas da edição, há representantes de todos os continentes e a distribuição entre mulheres e homens é equilibrada. Além disso, 4% dos artistas identificam-se como não-binários e conta com maior representatividade de artistas indígenas num evento cultural, são nove participantes de povos originários de diferentes partes do globo.

São cinco nomes brasileiros: Daiara Tukano, Gustavo Caboco, Jaider Esbell, Sueli Maxakali e Uýra. Entre os estrangeiros estão o colombiano Abel Rodríguez, a norte-americana Jaune Quick-to-See Smith, o dinamarquês Pia Arke e o chileno Sebastián Calfuqueo Aliste. A curadoria da mostra é de Jacopo Crivelli Visconti (curador geral), Paulo Miyada (curador-adjunto), e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados).

Mais de mil trabalhos de 91 artistas integram a mostra. Além dos trabalhos expostos no prédio da Bienal, outros serão apresentados em instituições parceiras, havendo também intervenções temporárias fora do pavilhão, no Parque Ibirapuera.

Obra de Esbell no lago do Ibirapuera (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

Uma das obras externas no parque é uma instalação de grandes dimensões em formato de serpente, colocada perto da fonte do lago, feita pelo artista, escritor e produtor cultural indígena da etnia Makuxi, Jaider Esbell (1979, Normandia, Roraima). No xamanismo indígena, a cobra é considerada um “animal de poder” e está presente como força de cura, regeneração e transformação.

Figuram entre as instituições parceiras desta bienal a Casa do Povo, no Bom Retiro, o Centro Cultural Banco do Brasil, no centro, e o Centro Cultural São Paulo, na região da Liberdade.

A 34.ª Bienal de São Paulo está em cartaz até 5 de dezembro de 2021, às terças, quartas, sextas-feiras e domingos, das 10 às 19 horas, e às quintas-feiras e sábados, das 10 às 21 horas, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Avenida Pedro Álvares Cabral, sem número, portão 3, Ibirapuera, em São Paulo). Grátis. Não é necessário agendamento, mas o uso de máscaras e a apresentação de comprovante de vacinação contra a covid-19, com pelo menos uma dose, são necessários.

Para mais informações, entre no site.


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