Um ENEM para cumprir o calendário - nada mais!

Lala Evan

02.02.2021
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasi - Fotospúblicas

Esse é o questionamento que terá uma ponta de destaque até o final de fevereiro de 2021 nas mídias sociais. Mas, e na vida dos inscritos para o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), como suprir as consequências e impactos para a educação?

Só agora as aulas retornando, mas toda a narrativa vista durante o ano que fará parte da história da humanidade que terá como recorte a área da Educação: sem aulas presenciais, dificuldades financeiras, falta de acesso às aulas online e o medo de ficar doente ou transmitir o vírus covid-19 para familiares, "inconsistência" na correção dos gabaritos para os candidatos que fizeram a prova e instabilidade por sobrecarga no sistema.

O Enem tornou-se um grande indicador oficial que mostra o agravamento das desigualdades educacionais no país depois de um ano impactado pela pandemia.

De acordo com a pesquisa do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), cerca de 49% dos jovens pensaram em desistir de fazer o exame presencial. Esses números vão ao encontro das altas abstenções registradas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), durante o Enem 2020, de forma impressa. No 1º dia de prova, 51% dos inscritos faltaram, e no segundo dia, 55%.

E para concluir, a primeira etapa da versão digital do ENEM, aconteceu neste domingo, 31 de janeiro. O vestibular foi aplicado em 104 cidades brasileiras e teve presença de 34.590 alunos e uma abstenção de 68%, número superior ao recorde anterior registrado na prova presencial. Houve queixas de alunos que não puderam realizar a prova devido à falhas no sistema.

Um ENEM para quem?


Revisão ortográfica: Geyse Tavares