Reflexões sobre o pós-eleições

17.11.2020

As eleições municipais de 2020 suscitaram muitas dúvidas a respeito da oportunidade de sua realização, face estarmos vivendo uma pandemia que insiste em não nos abandonar. Nos Estados Unidos, país que valoriza suas instituições como os Correios, muitos eleitores foram autorizados a votar através desse sistema.

No Brasil, o que se viu foram filas enormes e muitas aglomerações em várias cidades, com muitos eleitores não respeitando nem mesmo o uso de máscaras.

A identificação através de biometria foi suspensa e o e-Título, via digital do título de eleitor, teve excesso de acessos no sistema, o que dificultou sobremaneira sua utilização. Outro fator não esperado foi o ataque coordenado de hackers ao Tribunal Superior Eleitoral que acabou ocasionando excessiva demora na apuração, porém sem afetar a segurança das urnas eletrônicas que não são colocadas em rede.

Mesmo tendo havido recordes de abstenções e de votos nulos e em branco, o país se mobilizou e, mais uma vez a vontade popular se manifestou, considerando que nossa democracia é indireta, ou seja, ela é delegada a outras pessoas que passam a nos representar.

A falta de debates não contribuiu em nada para a escolha de nossos representantes e espera-se que no futuro o povo possa dispor de uma ferramenta que permita punir aqueles que venham a trair os interesses públicos, como já era feito, aliás, na Grécia antiga, berço da democracia, que criou no século V a.C o ostracismo, sistema que permitia aos atenienses banirem ou exilarem por 10 anos aqueles que atentassem contra a liberdade pública.

De qualquer forma, sempre é melhor ter problemas para votar do que sermos proibidos de nos manifestar.



Revisão: Maitê Ribeiro