As eleições que se avizinham são mais uma oportunidade para exercermos com responsabilidade a cidadania

21.10.2020

A participação dos cidadãos na eleição em uma grande metrópole como São Paulo abre uma nova oportunidade para uma reflexão que vai além do imediatismo de votar em qualquer um ou indicações de quem não se conhece.

No caso dos vereadores, há os eternos candidatos que buscam se reeleger e uma nova safra que, pela primeira vez, se apresenta como porta-voz da periferia paulistana, conhecedores que são dos problemas cotidianos desses bairros.

Outra constatação saudável é o fato de que, também pela primeira vez, o número de postulantes a cargos no Brasil, de negros e indígenas, superou o de brancos. No caso específico de São Paulo, a fotografia atual da Câmara aponta que apenas 3,5% são negros e 40% dos atuais vereadores são considerados milionários.

Os candidatos das periferias não são priorizados com o fundo partidário distribuído aos partidos (60% foram destinados a candidatos brancos) e, quando se sabe que 92% dos gastos de campanha vêm dos fundos partidários, fica fácil compreender como é difícil a luta daqueles que aprenderam na escola da vida e se dispõem a defender os interesses pelos interesses de toda uma coletividade. Aos candidatos periféricos só resta contar com doações e com o trabalho de voluntários.

Outra boa novidade é a participação feminina que vem se ampliando, e não deixa de ser uma satisfação ver a ex-prefeita da cidade e deputada federal, Luiza Erundina (candidata a vice-prefeita), aos 85 anos, ainda se dispor a dar sua contribuição.

Outro exemplo de participação feminina é o de Tabata Amaral, originária da Vila Missionária que desacreditada e sem recursos foi uma das deputadas federais mais bem votadas

Foi, com o intuito de dar voz aos invisíveis que o Cidadão e Repórter inicia, a partir de agora, uma série de entrevistas com candidatos que merecem toda nossa atenção e respeito.



Revisão: Maitê Ribeiro