INSS - O novo martírio dos brasileiros

02.10.2020

Tão logo se iniciaram as tratativas para a implantação da reforma da previdência, sabia-se que haveria uma grande corrida de solicitação de aposentadorias. Estimava-se que haveria perto de 2 milhões de novos pedidos.

O órgão nacional de previdência social, no entanto, continuou anacrônico, lento, mal aparelhado e distante da realidade brasileira.

Quando ainda tentava se recuperar das filas e da demora na concessão dos benefícios, surgiu a pandemia e aí criaram-se as condições ideais para uma tempestade perfeita. Com as agências fechadas, restava aos beneficiários recorrer ao celular ou ao computador. Desconhecia-se mais uma vez as carências do trabalhador brasileiro, que já haviam sido ignoradas quando da implantação das aulas on line.

Boa parte de nossa população menos privilegiada não consegue, por razões diversas, contar com a tecnologia eletrônica e, mesmo quando dispõe se embaralha com a quantidade de documentos e de exigências burocráticas.

Soma-se a isso uma rede de comunicação confusa, que não conseguia chegar ao lar dos necessitados, com informações incertas e alterações de última hora.

Consequência imediata foi a formação de filas intermináveis na porta das agências, que começavam já na madrugada.

A maioria, já castigada pelas dificuldades financeiras advindas da pandemia, não conseguia exercer seus direitos, requerendo auxílios de doenças, acidentes, maternidade, assistência ao idoso e tantos outros benefícios emergenciais.

O caso mais gritante foi o das perícias médicas, quando médicos se recusavam a trabalhar por não existir condições mínimas de segurança, deixando desassistidos milhares de pessoas.

Governo após governo, o povo brasileiro, pagador de impostos, continua assistindo esses descasos a seus direitos mais básicos, mantendo a esperança de que um dia não precisará mais implorar pelo que lhe é devido.



Revisão: Maitê Ribeiro