A malversação do dinheiro público

13.09.2020

É comum o governo alegar falta de condições financeiras para incrementar projetos notadamente nas carentes áreas de saúde e da educação. No entanto, a corrupção e a malversação dos recursos indicam que, infelizmente, nada mudou em nosso país.

Enquanto famílias choram a perda de mais de 128.000 brasileiros, seis governadores e outras 300 pessoas estão sendo investigadas pela Polícia Federal por desvios que chegam a 4 bilhões de reais durante a pandemia.

Editais de concorrência fraudulentos, preços superfaturados, pagamentos antecipados, kits de respiradores e testes fajutos, num terrível descaso com a saúde dos brasileiros e às custas do sofrimento alheio.

Numa outra ponta, o governo, dando uma espécie de compensação para os políticos, já que não mais poderiam contar com recursos de empreiteiras e de outras empresas, resolveu elevar o Fundo Eleitoral para 2 bilhões de reais.

Um aumento que ocorre em eleições onde se sabe que toda propaganda será feita por meio das redes sociais com a consequente redução de gastos.

Sem falar na profusão de candidatos laranjas, candidaturas de fachadas de mulheres e concentração do arrecadado nas mãos dos caciques dos partidos que fazem a distribuição dos valores a seu bel-prazer, ou ainda dando destino pouco recomendável, para não dizer criminoso, aos recursos.

Dois projetos visando a extinção do Fundo continuam engavetados, sem que haja qualquer intenção do governo e dos parlamentares em mudar práticas da velha política que parecem estar enraizadas em nossa democracia.

Os cidadãos brasileiros anseiam por uma melhor e mais justa aplicação dos recursos que, em última análise, são fruto do pagamento dos nossos impostos.


Revisão: Maitê Ribeiro