Os vulneráveis

07.07.2020

Doenças que outrora se alastraram rapidamente em todo o mundo atacavam crianças - como a poliomielite — e os mais jovens — como a gripe espanhola.

No caso da Covid-19, as estatísticas apontam que realmente são os mais velhos que mais sofrem.

No entanto, os profissionais de saúde são os primeiros a admitir que a alta taxa de mortalidade está mais relacionada às comorbidades do que à idade em si.

De qualquer forma, a pandemia reforçou algo que sempre existiu, ou seja, o preconceito etário.

Viver mais exige que haja renda suficiente para que as pessoas possam se manter por mais tempo, além de ter de conviver com um novo paradigma, ou seja, deixar de ser um fardo para a família e a sociedade, procurando manter-se produtivo e ativo.

A pandemia evidenciou ainda mais o que já vinha ocorrendo há algum tempo: aumento do desemprego, da desigualdade e da pobreza.

Será inevitável que o mercado de trabalho passe por uma nova configuração, pois tudo indica que o trabalho remoto e outras inovações vieram para ficar.

Cortar custos deverá ser a palavra de ordem e isso coloca os mais idosos em mais uma situação de vulnerabilidade.

Até quando essa situação perdurará? Difícil dizer, mas com certeza somente deixará de existir quando idade não for critério de seleção e as pessoas vierem a ser julgadas com base na sua competência e experiência.

Revisão: Maitê Ribeiro