20.05.2020
A nova experiência de vida pela qual ora se passa tem gerado uma situação de desconfiança, de desamparo mesmo.
As crianças ressentem-se do contato com os amigos, da palavra confortadora de um professor, do desafio de um novo aprendizado.
Os adultos tentam se adaptar à situação de confinamento, percebem que os hábitos e as rotinas precisam mudar e o próprio tempo passa a ter outra dimensão.
Enquanto alguns sentem falta da família, outros se estressam com a convivência forçada de cônjuges e filhos.
Não bastasse esse novo panorama, há um bombardeio diuturno de informações as mais variadas. Em quem e no quê deve-se acreditar? A verdade passa a ser algo inatingível e o bom senso uma falácia.
Uma coisa é certa, a crise sanitária atual é democrática e global. Mostra que há uma interdependência que sempre se procurou ignorar. Atinge, de uma forma ou de outra, a todos. Alguns se contaminaram, muitos se curaram, outros morreram (e foram muitos), mas o que fica é a sensação de que possa ser apenas um alerta do que está por vir.
De qualquer forma, o clima é propício para o entendimento de que somos todos irmãos, independentemente de classes sociais, econômicas, crenças ou qualquer rótulo que vise segregar.
Em tempos como esses o melhor talvez seja dar uma parada. Abrir um espaço para a reflexão. Meditar sobre a escala de valores adotada. Fazer um balanço dos aspectos materiais e espirituais. Olhar para si e para os outros. Entender que a fragilidade da vida não é desculpa para a desesperança.
Aproveitar a oportunidade para extrair da situação uma experiência emotiva, que traga um novo conhecimento, que amplie a consciência, alargando a visão que se tem da família, da sociedade e do trabalho. Pois é somente mudando que se evolui como ser humano, não desistindo nunca e acreditando sempre que, qualquer que seja o momento, não se está sozinho.