12.04.2020
O planeta, esse pálido ponto azul do universo, está mais calmo. Para os pássaros ou é sempre domingo ou é um Natal eterno. Os animais estão se aproximando dos homens. A Terra está vibrando menos, graças ao silêncio proporcionado por muitas máquinas paradas, por menos deslocamentos, e quase dá para se ouvir a voz do silêncio.
Para a Terra, antes acostumada com um ruído cósmico, um zumbido interminável, abre-se uma estação de aumento de sensibilidade.
Está tudo diferente. Não é uma ação de poucos, de alguns, é uma ação coletiva pouco vista nos tempos atuais. A Mãe Terra está acusando a boa vontade de seus filhos.
Os sismógrafos espalhados por todos os rincões apontam essa quietude.O sinal dos estados da crosta terrestre tem melhor qualidade. Pode-se sentir pequenos terremotos, até mesmo explosões de uma pedreira ou de uma mina, pode-se antecipar de maneira muito mais precisa a provável erupção de um vulcão.
O ar está mais limpo, há uma redução sensível da emissão de gases de efeito estufa. Há mais estrelas visíveis no firmamento. A noite é abrilhantada por uma superlua, tão perto como jamais foi vista.
Que mensagem Gaia, a Deusa Terra, tenta-nos passar? Será que nos quer lembrar que ela é também um imenso organismo vivo, dotado da capacidade de se autorregular e de autoregenerar? E que nós, simples mortais, renegando nossa origem, podemos desaparecer?
Eis que surge um serzinho infinitamente pequeno que insiste em tentar se alojar nos nossos pulmões. Justamente nesse órgão de forma piramidal que é a base do nosso aparelho respiratório que transporta o ar que nos é oferecido de forma gratuita por todo o nosso corpo. Esses gases, que purificados, nos dão vida.
O que tudo isso quer dizer? Uma parada para reflexão? Um alerta sobre o nosso egoísmo, o nosso ignorar do outro? No fundo todos nós sabemos o que isso quer dizer, pois tudo já foi dito e tudo foi mostrado.
O pulsar de um se somará ao pulsar de todos e a Terra compreenderá a mensagem de que aprendemos a lição.
ABRAM SEUS CORAÇÕES!