EDITORIAIS

É comum em tempos de crises mais sérias – como as que vivemos atualmente – que o individualismo se sobreponha ao interesse coletivo. A insegurança toma conta de muitas pessoas, o que as levam a tomar medidas nem sempre condizentes com as recomendações de órgãos públicos, que se norteiam pelos conceitos científicos e pela experiência vivida e acumulada por situações similares anteriormente e, principalmente, pela análise de acertos e erros cometidos pelos governos de alguns países cujas estatísticas atestam o que deve ser feito e quando deve ser feito. 

É sabido que situações como essa que vivemos é terreno fértil para a proliferação das fake news, de situações extremas que podem levar ao pânico ou, na outra ponta, de ignorar completamente sua existência, considerando-a como algo fantasioso e exagerado, irresponsavelmente divulgado pela imprensa, que sempre leva a pecha de ser a culpada de tudo.

O meio científico diz que, com base na análise da evolução da pandemia em países que conseguiram manter o vírus sob controle, o país deve parar, ou seja, deve haver ampla e completa restrição de aglomerações e circulação pelas cidades, o que precisa ser feito preventivamente e não ficar esperando que a situação se agrave para tomar providências que então serão inócuas.

É preciso coragem e desprendimento de nossos governantes – com alguns deles já contamos, como é o caso do responsável pela Saúde – para agir imediatamente, pensando no interesse coletivo de nossa população, apondo-a a toda e qualquer visão comezinha e irresponsável de membros de seu próprio governo.

Não basta, porém, apenas o governo e as instituições se manifestarem efetivamente, é necessário também que os cidadãos ajam global e solidariamente, dando sua contribuição para que a exata interpretação do que é cidadania se solidifique nos atos e nos comportamentos de todos nós.

É nos tempos de crises que os verdadeiros estadistas e os conscientes cidadãos se materializam.