Temos de considerar cada vez mais as implicações que a rápida evolução tecnológica está causando ao nosso cotidiano.
03.03.2020
Basta caminhar pelas ruas ou observar o comportamento de muitos motoristas, para ver como pessoas não conseguem ficar desconectadas nem por poucos instantes.
Há uma quase necessidade de se expor e, em função disso, se sujeitar a receber um tsunami de informações, nem sempre corretas ou bem intencionadas, gerando um clima de partidarismo exacerbado que chega a separar membros de uma própria família.
As pessoas demoram a perceber ou não percebem que estão se tornando massa de manobra, deixando de pensar e agir por si.
Problemas iminentes, como a mudança das características do trabalho – influenciado pela automação e pela inteligência artificial – não são compreendidos e não permitem que haja uma necessária adaptação.
Obter conhecimento leva a questionamentos, considerando que o país não privilegia o saber e a cultura, aumentando cada vez mais a evasão de cérebros para outros países.
Governantes, eleitos por exclusão, continuam a agir com total descaso, gerando péssimos exemplos, sem deixar de considerar o fato de ex-presidentes terem sido presos ou alvos de impeachment e governadores que também estão ou foram presos.
A desagregação familiar é visível, bastando ver nos parques que há pai com sua criança ou mãe com seus filhos, separadamente, sugerindo que esta semana seria a vez do pai ou da mãe e não mais da família.
Crianças estão rareando, ou talvez presas em casa com medo da violência, sendo substituídas por cachorros que aumentam em profusão nas ruas, levados por babás até em carrinhos nos bairros mais privilegiados.
Não somos mais um país de brancos já que negros e pardos prevalecem e estamos perto de deixar de sermos um dos maiores países católicos do mundo e nos tornarmos um país de maioria evangélica, nas suas inúmeras versões.
Talvez tenha chegado a época ideal para pararmos e refletirmos visando saber se somos nós mesmos ou se estamos nos tornando um avatar de nós mesmos.