Shaynna Pidori nasceu em São Paulo, Brasil, atualmente reside no México, estudou Jornalismo e Ciências Sociais, ambas as graduações contribuíram para sua formação de documentarista, educadora e idealizadora de projetos. Desde jovem tinha a consciência do que queria e enveredou-se pelo jornalismo, pelo qual achava que iria salvar o mundo, mas a maturidade lhe mostrou que não é bem assim, porém, não desistiu de prestar a sua contribuição e procurou aperfeiçoar-se em produção de documentários, por reconhecer o seu talento de contar histórias.
Disposta e decidida a buscar o que sempre sonhou, não se curvou a uma função onde a dinâmica a impossibilitasse de liberar a sua criatividade, em consequência, acabou declinando propostas profissionais, o que refletiu também em algumas renúncias de sua vida pessoal. Foram meses de aventuras pelo sertão nordestino, pesquisando - em busca do que iria fazer - lapidando as ideias, para contar histórias das experiências de mulheres representativas, com vínculo muito forte com a terra e que desempenhassem diversas funções como parteira, poeta, tocadora de pife, líder indígena, pescadora, ativista política e aprendiz de pedreira. Um árduo trabalho, porém, fascinante e que veio a agregar e concretizar os seus projetos no futuro.
Em 2005 viajou ao México para filmar o Segundo Encontro de Mulheres Rurais e Indígenas da América Latina. A diversidade de grupos étnicos que participaram do evento a fez querer saber mais sobre o país, optando, assim, por fixar residência por lá. Tomou conhecimento do trabalho da associação civil sem fins lucrativos - Telemanita - e juntou-se a ela como colaboradora. A partir dessa união, trabalhou na produção de mais de 40 filmes etnográficos com mulheres das etnias Nahua, Ikood, Otomi, Mixteca, Sapoteca, Tzotzil, Maya e Totonaca.
Em 2019, retornou a Pernambuco em busca de autorização para uso de imagem para o documentário "Terra de Nazaré" que estava sendo finalizado. Este média-metragem, selecionado em 2018 no Programa Rumos do Itaú Cultural, teve seu início em 2005 quando Shaynna e a jornalista Priscila Néri idealizaram o Projeto Alvíssaras Sete Mulheres do Sertão.
O documentário conta a história de Maria Nazaré Souza, a Nazaré Flor, líder comunitária, poeta, educadora e uma das fundadoras do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE). Moradora de Apiques, assentamento Maceió, no município de Itapipoca, no Ceará, Nazaré Flor transformou a vida da comunidade e das mulheres que lá moram. Seja pela sua atuação militante na luta pela terra e a favor da emancipação das mulheres, seja pela sua produção artística musical e de poesias, Nazaré viveu para deixar um legado que permanece presente na história do assentamento e do movimento feminista brasileiro e mundial.
Em 2017, recebeu a bolsa PECDA-Morelos para realizar o documentário Um quadro para Yoselin. No Brasil, escreveu e dirigiu os documentários Baile do Carmo e O Lenço do Samba, transmitidos pela TV Brasil. Em 2020 realizou uma série de quatro documentários - Margaridas de Pernambuco em Marcha, em parceria com a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do estado de Pernambuco (FETAPE).
A pandemia trouxe muita insegurança a todos e com Shaynna não foi diferente. Na busca de um caminho, para conviver com o momento, chegou à conclusão que abraçar muitas ideias inibe a criatividade, mas alimenta sempre, quebrando rotina. Aproveita este momento para reciclar e atualizar, através de várias Lives, que oferecem muitas opções interessantes.
Em meio a tudo isto, produziu um curta de três minutos A Quarentena de Gertrudes, que lhe rendeu um prêmio. Mesmo com o preocupante momento da cultura, onde as dificuldades para desenvolver projetos são enormes, ela acompanha o universo dos festivais e inscreve os seus projetos, ação viabilizada através da nova regulamentação emergencial da Lei Aldir Blanc.
Empreendedora nata e sempre aberta a novos desafios, participa de um projeto para tradução do espanhol para o português da Conferência Internacional de HIV, com temas muito interessantes. Sempre com o olhar atento às raízes culturais, quando algo lhe chama atenção, mergulha profundamente numa pesquisa e elabora um planejamento que envolve produção e captação de recursos para dar vida a um projeto.
Shaynna conclui com a mensagem: é impossível ter tudo e para ser feliz é preciso fazer escolhas; que sejam então escolhas conscientes, sem culpa e estabelecendo prioridades; aprender a não exigir tanto das outras mulheres, pois é fictício isso que a mulher pode dar conta de tudo. Por mais que a sociedade nos cobre temos que aceitar que não somos super mulheres, somos humanas.
Referência:
A Poder Concept, tem por objetivo ajudar mulheres e empresas a mudarem mindsets, seus pensamentos e inovarem suas atitudes; acreditamos em um mundo em que todos sejam capazes de seguir seus sonhos e realizá-los.
Os aspectos envolvidos na criação e operação serão de capacitação, assessoria e consultoria, que terá como foco inicial voltado para jornada empreendedora, preparando mulheres a serem consultoras para atenderem os clientes-alvo. Inicialmente serão empresas do setor privado; sendo micro, pequenos e médio portes, provendo conhecimento para que possam atuar como grandes geradores de novos empregos.
Revisão ortográfica: Geyse Tavares
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