Conversa com Mulheres apresenta Daniela Cayuela

Em live para o Poder Concept “Conversa com Mulheres”, realizado no Dia Internacional da Mulher, Daniela nos ensinou que a educação é mais do que uma sala de aula.


Bernadete Siqueira26.03.2021

Daniela nasceu em Minas Gerais, pedagoga especialista em docência do ensino superior, em alfabetização pela Escola da Vila e numa área ímpar que é o ensino militar. Tem formação e experiência em capacitação internacional, em Londres e nos Estados Unidos especificamente, onde estudou sobre o Project Zero em Harvard. Atualmente dedica-se à formação de educadores em Portugal, onde reside.

O interesse pela educação vem da influência que recebeu da família, por ser filha e neta de educadores. Aos 18 anos não havia clareza que a motivava na escolha do que estudar, assim acabou influenciada pela opinião dos mais próximos.

Analisou que poderia ir para a área de educação, por gostar de criança e do tema. Enfim, sem muita noção do que seria ingressou no curso e gostou. Começou como educadora infantil, depois foi para a educação de jovens e adultos.

Pensando em dar um up grade na sua carreira, fez uma especialização com o intuito de ir para área acadêmica do ensino superior e, em seguida, fez o mestrado. Na mesma época um amigo mandou um link sobre um concurso militar, e ela nunca tinha ouvido falar de ter pedagogo nesta área. O que lhe chamou atenção foi o salário, era cinco vezes maior do que ganhava, como professora, resolveu fazer o concurso e focou na preparação. Se surpreendeu com o que encontrou, pois é um ensino muito atualizado. Aprendeu mais do que qualquer outro lugar, da área educacional, que tinha vivenciado.

Saiu da Aeronáutica para acompanhar o marido, que havia sido aprovado em um mestrado, em Londres. Uma oportunidade internacional interessante.

Chegando a Londres teve o primeiro desafio com o idioma, apesar de ter feito em inglês a vida inteira no Brasil. Se inscreveu num curso de inglês com a opção de escolher um lugar para fazer um estágio. Foi uma ótima oportunidade para aprender inglês dentro de um ambiente de trabalho. Precisava se expor mais, aprender numa imersão, e assim ser fluente no idioma.

Escolheu uma escola internacional, fez um estágio não remunerado por um mês e depois foi contratada como assistente de aprendizagem; conta que foi uma experiência incrível tanto para a questão da língua e mais ainda para a questão profissional porque voltou para o ambiente escolar que estava afastada há um tempo do ensino básico e da educação infantil. Foi muito rico e também foi seu primeiro contato com as ideias do Project Zero.

A volta para o Brasil teve um marco interessante, na época não planejou nada, achava que seria fácil se recolocar, o que não foi, estava num momento profissional sem muita clareza, embora tivesse muita experiência, sentiu falta de um networking.

Ao pesquisar uma escola para a sua filha, encontrou uma com a visão construtivista e atualizada que é a Escola Carandá, aproveitou e se apresentou contando sua experiência em Londres e seu interesse em uma oportunidade, mesmo que voluntária, já que nesta escola tinha alfabetização de jovens e adultos. Foi aí que começou a aplicar o Project Zero, que são ideias simples e poderosas, não requer nenhuma tecnologia avançada, qualquer professor pode aplicar é só uma questão de abordagem.

Paralelamente, realizou uma pesquisa para identificar quem mais estava atuando e quem tinha interesse no Project Zero. Identificando que muitos estavam nesse caminho foi se especializar diretamente na fonte em Harvard-EUA. Que considera um divisor de água, abriu um mar de ideias e oportunidades, voltou confiante e sabia qual seria o seu caminho, preferia a educação com adultos, formando educadores e multiplicando a ideia pelo Brasil e se uniu às pessoas que estavam com o mesmo propósito.

Vale ressaltar o que é o Project Zero: é um projeto de pesquisa básica em cognição e educação artística. Tudo começa com a questão da pessoa se impressionar, de ter um desejo, e então aplicar essas ideias para a educação, de modo geral, não só para as artes, e ampliar o leque com várias linhas de pesquisas, porém todas devem seguir um fio condutor muito alinhado ao pensamento artístico, que é um pensamento complexo e científico. É um pensamento que observa detalhes que traz muitas referências, e usando o conceito dos maiores artistas, pensadores, cientistas e descobridores de coisas que trouxeram inovações para o mundo, porque essas pessoas que são inovadoras tem um pensamento artístico criativo.

Daniela seguiu o caminho do visible thinking que é o pensamento visível que tem muito a ver com o design thinking e em quem aplica educação infantil e ensino fundamental, para que os professores desde cedo possam nutrir nas crianças essa disposição para aprender de forma mais complexa e profunda. Isto é, de criar hábitos de pensadores científicos, hábitos de criatividade, de saber colaborar que tem tudo a ver com ter habilidades como criatividade, saber trabalhar em equipe, colaboração, enfim todos os conceitos que estão sendo precisos no mundo atual.

Conclui que com esta técnica é possível expor uma ideia de forma mais clara e transparente, de organizar o pensamento de forma mais estratégica, basta se habituar a fazer isso, pensar de forma profunda, complexa, transparente, tornar visível o que pensamos e aprendemos. Cabe também no mundo corporativo ou em qualquer ambiente que tenha pessoas.

Agora, em Portugal o seu projeto atual é a reconexão com o Brasil, por meio do apoio da coordenadora da Escola Carandá, lhe dando ideias incríveis. Pesquisou uma escola voltada com essa questão das artes e criatividade em Portugal, fez networking, buscou para quem poderia ofertar a sua formação e multiplicar seus conhecimentos. Identificou uma escola com o mesmo propósito - Project Zero.

Daniela traz esses conceitos a todo momento para o âmbito familiar por ver o quão é transformador uma ferramenta simples, basta fazer algumas rotinas.

Uma mensagem de Daniela para mulheres que querem empreender: ter a clareza para o que quer, do que gosta e do que a motiva, são os primeiros passos. E esta clareza é um trabalho constante porque nós mudamos. Tem que investir no autoconhecimento, sempre. Analisar o que faz sentido, o que precisa aprimorar e qual é o próximo passo. Lembre-se que todo caminho tem obstáculos. Investir na formação continuada na área de interesse. Buscar quem te inspira? Seguir essa pessoa nas mídias sociais e fazer um networking para trocas de ideias.


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Referências:

A Poder Concept, tem por objetivo ajudar mulheres e empresas a mudarem mindsets, seus pensamentos e inovarem suas atitudes; acreditamos em um mundo em que todos sejam capazes de seguir seus sonhos e realizá-los.

Os aspectos envolvidos na criação e operação serão de capacitação, assessoria e consultoria, que terá como foco inicial voltado para jornada empreendedora, preparando mulheres a serem consultoras para atenderem os clientes-alvo. Inicialmente serão empresas do setor privado; sendo micro, pequenos e médio portes, provendo conhecimento para que possam atuar como grandes geradores de novos empregos.

Revisão ortográfica: Geyse Tavares



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