Conversa com Mulheres apresenta Betânia Alves

O ciclo da violência pode ser rompido


Daniela Soares

20.10.2021

Betânia Alves é coordenadora da Casa da Mulher de Perus, além de atuar como liderança de uma Igreja Evangélica. Formada em Direito e pós-graduada em Gestão, é embaixadora da auto-estima. Apaixonada pelo direito familiar, cogitou uma pós-graduação na área, mas também se interessava pelo direito penal. Assim, quando iniciou seu trabalho na Casa da Mulher de Perus, complementou ambos os interesses. Inaugurada em 2020, a Casa é um dos sete Centros de Cidadania da Mulher (CCMs), existentes no município de São Paulo.

Em sua compreensão, a Lei Maria da Penha, Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006; foi objeto de melhorias, recebendo modificações desde o ano passado, todas favoráveis à mulher. A medida protetiva foi estendida aos filhos da vítima, e dependendo da gravidade do caso, sua realocação em outra filial da empresa deve ser feita, sem prejudicar seu trabalho. E conta-se com a Lei do Stalking, Lei 14.132/21, de 1 de abril de 2021.

Nas CCMs, não há apenas um trabalho de defesa em relação à violência, mas da cidadania. Na Casa da Mulher conta-se com voluntárias que passaram pelo ciclo da violência e se doam duas horas por semana, oferecendo aulas gratuitas. Em cada dia um curso ofertado. Há o apoio da subprefeitura de Perus/Anhanguera, conduzida por Luciana Torrales. Inaugurou-se um espaço público no calçadão da estação de CPTM de Perus e numa praça na Anhanguera para as mulheres colocarem suas barracas numa feirinha, para a própria geração de renda. Isso as anima, as motiva, e além disso, há a integração social. Portanto, o trabalho de Betânia também consiste em torná-las autônomas em seu sustento.

Há um atendimento inicial, mas também um acompanhamento contínuo. Pois, Betânia percebe que as histórias de violência têm semelhanças. A mulher a procura, consegue a medida protetiva, mas quem paga seu aluguel é seu agressor. Às vezes, entra-se num desespero sobre sua condição financeira, e assim, é preciso de uma boa orientação para conseguir lidar com tal circunstância, para ter confiança, para não desistir logo após o afastamento do agressor. Convida-se para os cursos e incentiva-se as suas habilidades e competências, o que ela planejou no passado? O que a impede agora? A atitude desta mulher é trabalhada, pois o sonho ainda existe e é ela mesma que fará com que isso aconteça. Dessa forma, tenta-se orientá-la e acompanhá-la. A maioria consegue mudar de endereço e pagar seu aluguel. Ressalta-se a confusão feita em identificar a Casa da Mulher com uma delegacia. Betânia desfaz tal coisa, a CCM é, de fato, um modelo da casa da mulher brasileira, e conta-se tanto com uma equipe de saúde quanto com uma delegacia. Mas também está aberta para uma conversa, um café.

Betânia Alves acredita que mulher se fortalece com mulher, e precisamos valorizar algumas delas. Sempre acharemos uma que nos dará apoio, que auxiliará a sair da violência. Pode ser que não se tenha encontrado ainda, mas esta pessoa existe. E aconselha que não cessem esta procura, não tenham medo e procurem outras mulheres. Há grupos de acolhimento na internet, tais como Justiceiras, Justiça de Saia, além do fato de o Ministério Público e a Defensoria Pública terem grupos femininos. Não desista, seja forte, pois o ciclo de violência pode ser quebrado.

Confira as redes sociais de Betânia Alves:

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Site dos Centros de Cidadania da Mulher (CCMs)

A Poder Concept, tem por objetivo ajudar mulheres e empresas a mudarem mindsets, seus pensamentos e inovarem suas atitudes; acreditamos em um mundo em que todos sejam capazes de seguir seus sonhos e realizá-los.

Os aspectos envolvidos na criação e operação serão de capacitação, assessoria e consultoria, que terá como foco inicial voltado para jornada empreendedora, preparando mulheres a serem consultoras para atenderem os clientes-alvo. Inicialmente serão empresas do setor privado; sendo micro, pequenos e médio portes, provendo conhecimento para que possam atuar como grandes geradores de novos empregos.

Revisão ortográfica: Anne Preste


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