Conversa com Mulheres apresenta Alina Michaelis


Um processo de auto-responsabilidade e autonomia


Daniela Soares

06.10.2021

"Quem sou eu e o que vim fazer aqui?" foram perguntas que conduziram Alina Discepolo Michaelis à psicologia. Formou-se na área pela Organização Santamarense de Educação e Cultura. É professora e consultora psicoterapeuta. Desde cedo voltou-se para as questões relativas à interioridade do ser humano e compreende que seu ramo de atuação é instrumento para que os indivíduos entendam melhor seus conflitos.

Compreende que seu papel como profissional consiste em ajudar os outros a acharem a luz para seu mundo interno, iluminando-o, para que descubram como conduzir-se na vida. Muitos se dirigem à terapia mobilizados por um sofrimento, sendo necessário entender o que os faz sofrer, suas identificações, seus impedimentos que não permitem boas escolhas profissionais e afetivas; escolhas tomadas que não necessariamente se coadunam a estas pessoas e sim ao que os outros desejavam delas, sua observação capta a maneira pela qual absorve-se os desejos de terceiros, e portanto, caminha-se a estrada de outrem, e não a nossa. Portanto, Alina as auxilia neste processo de encontrar sua verdade, aquilo que faz sentido para elas.

Aqueles que vêm do mundo corporativo, observa, carregam uma sobrecarga de trabalho, distanciamento do seu ambiente profissional, pois apenas respondem a demandas, com medo de perder o emprego. Perderam o sentido de estar naquela empresa e a identificação para com a mesma. No entanto, às vezes, o que aparenta estar atrelado ao relacionamento chefe-funcionário, é, na sua essência, relativo a uma relação familiar: seja uma mãe ou um pai que muito cobrava, por exemplo. Referente a este mundo dos negócios, quando recebe uma notificação por parte de um gestor sobre um colaborador que está com certa dificuldade nas suas tarefas, no seu comportamento; sua orientação consiste em conduzir este mesmo gestor para que possa abordar esta pessoa, convidá-la para entender que na empresa há alguém à disposição, caso queira. Quando esse colaborador vem, procura entender como ele está e sua expectativa.

Em contrapartida, aqueles que vêm ao consultório, fora do mundo corporativo, observa Alina, trata-se de uma demanda de cunho relacional, isto é, dentro do domínio das relações afetivas, como o desejo de iniciar um namoro ou um casamento. Aparecem com queixas tais como “alguém está atrapalhando minha felicidade”. Porém, estes indivíduos estão paralisados em um movimento expansivo, sendo inevitável buscar entender onde se está preso para que haja libertação. Aqui os problemas centram-se nas figuras familiares, e no corporativo nas figuras do chefe ou do colega de trabalho.

Alina Michaelis discorre a respeito da dificuldade que alguns têm de se responsabilizar por suas escolhas, sobre o que querem, seus talentos e naquilo que são bons. Não se trata de preguiça, e sim de estarem condicionados a ter alguém no comando, ditando o que deve ser feito; é mais fácil seguir o padrão. Assim, é necessário compreender quais medos estão por trás disso; pois estes dificultam que alguém passe a empreender, por exemplo. Seja pelo medo da desaprovação ou de falhas. Viver é perigoso. E o grande empreendedor é aquele que suporta errar, ter fracassos, na opinião dela.

Todas estas considerações referem-se pelo modo como a pessoa foi educada, como se percebe, formando os conceitos do que se entende como certo ou errado a se fazer, portanto, perde-se a espontaneidade. Na sua visão, é no consultório que isto é desmistificado, para que sigam na sua autonomia. E cada encontro é marcante. É sempre uma experiência, uma troca, é satisfatório ajudar alguém em sua descoberta de si mesmo, para que saia de uma impotência e entre numa potência. Isso a gratifica. E recorda, ainda, de uma situação peculiar numa empresa que trabalhou: alguém no meio do expediente, do ramo financeiro, parou tudo e disse que agora sabia o que queria ter sido — queria ter sido poeta.

Haja vista suas considerações a respeito de sua prática profissional, Alina nota que talvez estejamos vivendo num mundo barulhento, nós não ouvimos mais. Portanto, o processo terapêutico pode servir para que o indivíduo se ouça, ouça suas demandas, o que faz sentido para si, retirando os ruídos que estão no caminho. Inclusive, ouvir o que seu chefe, naquela organização, está esperando. Por isso, pensa que podemos aquietar nossa mente neste mundo e parar para nos ouvir, conectando-se consigo, pois as respostas estão dentro de nós e não fora.


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A Poder Concept, tem por objetivo ajudar mulheres e empresas a mudarem mindsets, seus pensamentos e inovarem suas atitudes; acreditamos em um mundo em que todos sejam capazes de seguir seus sonhos e realizá-los.

Os aspectos envolvidos na criação e operação serão de capacitação, assessoria e consultoria, que terá como foco inicial voltado para jornada empreendedora, preparando mulheres a serem consultoras para atenderem os clientes-alvo. Inicialmente serão empresas do setor privado; sendo micro, pequenos e médio portes, provendo conhecimento para que possam atuar como grandes geradores de novos empregos.

Revisão ortográfica: Leilaine Nogueira


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