Embarcação bloqueia o Canal de Suez

O navio de carga Ever-Given de 220.000 toneladas e 400 metros encalhou em 23 de março no Canal de Suez, no Egito, causando congestionamento náutico e gerando caos em uma das passagens mais importantes. A embarcação, de propriedade da empresa japonesa Shoei Kisen, é operado pela Evergreen Marine Corp, sediada em Taiwan.

Cleo Brito

29.03.2021

O Canal de Suez é uma das rotas de navegação mais importantes do mundo. Cerca de 12% do comércio global passam pelo canal, que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho. É a ligação marítima mais curta entre a Ásia e a Europa.

A Lloyd’s List, publicação especializada em comércio marítimo, estima um impacto de mais de US$ 9 bilhões, com a navegação suspensa e as mercadorias que deixam de passar pela hidrovia. Atingindo indiretamente a indústria marítima que pode incluir um agravamento da escassez de contêineres, já causada pelo coronavírus, a interrupção do comércio de petróleo e um aumento do número de atrasos nos portos.

Mais de 300 navios esperam pela liberação do caminho em ambos os lados do canal. Alguns tiveram que modificar as suas rotas e dar a volta no continente africano para chegar aos seus destinos finais.

Desde seu encalhe, escavadeiras haviam removido cerca de 20 mil toneladas de areia do entorno da proa do Ever Given. Cerca de 9 mil toneladas de água de água de lastro — armazenada nos tanques para estabilizar o navio — foram liberadas para ajudar a deixar o navio mais leve.

Pela primeira vez, em 27 de março, o Ever-Given se moveu. A maré alta, devido a lua cheia, e a dragagem permanente permitiram a reorientação da embarcação em 80% na direção correta, conforme anunciou a Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês). Com um trabalho que envolve 14 navios rebocadores estão tentando aproveitar a maré alta e mais rebocadores são esperados caso falhem as tentativas.

Os primeiros relatos diziam que o navio de 400 metros e 200 mil toneladas bateu na margem em meio a fortes ventos e uma tempestade de areia que afetaram a visibilidade. No entanto, a SCA afirma que as condições meteorológicas não foram "os principais motivos" para o encalhe do navio. Pode ter havido problemas técnicos ou erro humano. Todos esses fatores (que levaram ao problema) serão esclarecidos na investigação.

Referências:

lloydslistintelligence.com

BBC.com


Revisão ortográfica: Geyse Tavares