Nísia Trindade (Crédito: Apu Gomes/AFP)
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, foi uma das eleitas para a Academia Mundial de Ciências (TWAS), que elegeu 58 membros, em 1º de Novembro de 2021, na Assembléia Geral da Instituição. Ela é representante da área de Ciências Sociais e Econômicas. E já fazia parte da Academia Brasileira de Ciências desde Janeiro de 2021 (Uma das condições obrigatórias para ser membro da TWAS).
Nísia Trindade Lima, de 63 anos, nasceu no Rio de Janeiro, e é formada em Ciências Sociais pela UERJ. Também é mestre em Ciência Política e doutora em Sociologia. A sua tese “Um Sertão chamado Brasil”, foi premiada como a melhor tese de doutorado em Sociologia, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ), e foi publicada em livro. Nísia trabalha na Fiocruz desde 1987, e passou por vários cargos: foi pesquisadora (1989-1991), vice-diretora (1992-1994), diretora (1999-2005) e em 2017 foi eleita presidente da Fiocruz, sendo reeleita em 2021. E é a primeira presidente mulher em 121 anos de Instituição. A contribuição de Nísia na área da saúde pública tem tido reconhecimento não só no Brasil, mas também no exterior, especialmente em relação ao coronavírus. Inclusive ela é a única brasileira que faz parte do grupo da comissão Covid-19, da tradicional revista científica Lancet, do Reino Unido.
Além de Nísia, outros seis brasileiros vão integrar a Academia Mundial de Ciências: Adalberto Luis Val – vice presidente da ABC para a região norte - Área de Biologia, Ado Jorio de Vasconcelos - área de Ciências físicas, Márcia Walquiria de Carvalho Dezotti - área de Ciências da Engenharia, Mariangela Hungria da Cunha- área de Ciências médicas e da saúde, Marília Oliveira Fonseca Goulart - área de Ciências químicas e Santuza Teixeira – área de Ciências e biologia molecular.
Sheldon Lee Glashow, Abdus Salam e Steven Weinberg, na cerimônia do Nobel, em Stockholm em 1979. (Crédito: Getty Imagens)
A Academia Mundial de Ciências para o avanço da Ciência em países em desenvolvimento, foi fundada em 1983 sob liderança do paquistanês Abdus Salam. Que recebeu o Nobel em física em 1979, junto com Sheldon Lee Glashow e Steven Weinberg, por contribuições à teoria unificada das interações fracas e eletromagnéticas entre partículas elementares, inclusive a predição das correntes neutras fracas.
O objetivo da TWAS é desenvolver projetos contra a fome, doenças e pobreza, semelhante ao que faz a Unesco, mas em caráter científico. A organização tem membros em mais de 100 países. E esses cientistas e pesquisadores, em sua maioria, são de países de terceiro mundo, ou tem seus trabalhos ligados a esses países.
A sede da Academia está localizada em Trieste, Itália. Até o ano de 2004, o nome da instituição era “Academia de Ciências do Terceiro Mundo” e depois, até 2012, “Academia de Ciências para o mundo em desenvolvimento”. O prêmio TWAS acontece todo ano e é concedido em nove categorias: Ciências Agrárias, Biologia, Química, Ciências da Terra, Ciências da Engenharia, Matemática, Ciências Médicas, Física e Ciências Sociais. Os cientistas escolhidos recebem uma placa e US $ 15.000.
Revisão ortográfica: Leilaine Nogueira