Como administrar uma vida de conquistas e liberdade que foi contaminada com a ansiedade de absorver tudo que era apresentado, como se não houvesse o amanhã? De repente, o mundo parou e com ele — momentanemente — a alegria, diante de algo impalpável, mas real, "o tal coronavírus" que resultou até em alguns casos de depressão provocados pela solidão e preocupação, principalmente, com a geração madura, desbravadora e vitoriosa.
Essa sensação de parada obrigatória criou um sentimento de introspecção e com ela as prerrogativas das simplicidades da vida. O mundo é como um rolo compressor e os olhos buscam novidades além das fronteiras do mundo conhecido; a preocupação com a vaidade impede de observar que a beleza existe, mesmo com os cabelos sem corte e embranquecidos, até a falta da manicure e tudo o que é necessário para estar sempre apresentável.
Sem deixar a vaidade de lado, essa geração tornou-se mais criativa, se envolvendo e acompanhando as novas tecnologias e nessa interação foi-se adaptando, encontrando e abrindo novos caminhos, reaprendendo a viver, aceitar e até a gostar das coisas básicas; reaprendendo a apreciar a natureza, valorizando cada detalhe nas flores e nos animais; reaprendendo principalmente a se amar e cuidar da saúde física e mental, dando asas à criatividade. Se permitindo ouvir e sentir pausadamente os acordes de uma canção que toque a alma, seja qual for o estilo; ensaiando uns passos com a melodia Cheek to Cheek, entre outras; através da tecnologia visitando obras de arte em vários museus do mundo; viajando e divagando pela leitura ou se programando para assistir a filmes, mesmo que pelo aparelho celular.
Apesar do confinamento e da falta dos abraços, a geração madura segurou com firmeza as rédeas da vida e continua a desbravar as situações impostas com muito otimismo e sempre agregando novos desafios, enquanto aguarda a independência do mundo, do tal virus, para retomar os afetos presenciais.
Ouça Check to Check na inconfundível - e maravilhosa - voz de Frank Sinatra: