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Crônicas

"Gripe Asiática", um médico, um bandeirante

por Appio Ribeiro

20.04.2020 


(O importante não é o lugar, mas o que acontece nele. 

Cada avenida, cada rua, cada beco da cidade foi testemunha de acontecimentos que fizeram a história de muita gente. Inclusive da sua.

Este é um pedaço da minha.)

 

Nestes tempos de Corona Vírus – assunto que domina todos os canais de informação e  os comentaristas “especializados” em generalidades se tornam infectologistas de plantão –, lembro da Gripe Asiática. 

E lembro muito bem. 

Aquela  pandemia também se originou na China , na província de Guizhou – na época em que Mao Tsé-Tung reinava absoluto e a China, que não exportava nada além de ideologia, exportou esse vírus que se espalhou pelo mundo, matando cerca de 1 milhão de pessoas. A taxa de mortalidade era de 0,5%. 

E conto isso porque não estou entre aqueles que ouviram falar, mas entre os 99,5% que escaparam. Apesar da bruta dor de cabeça, de tronco e de membros, da tosse ininterrupta, do enjoo, da inapetência e prostração, e da febre alta com delírios.  Esses nomes de sintomas eu sei hoje, mas em 1952, com sete anos eu só os sentia: eu era alvo prioritário da doença. Passei muito mal. Não morri e me recuperei (óbvio, não?). 

O médico do título? É o Dr. Pereira Barreto, que morreu bem antes da Gripe Asiática, e deram o nome dele ao grupo escolar em que fui matriculado no 1º ano: Grupo Escolar Pereira Barreto, que ficava na Rua Antonio Raposo. E esse Antonio Raposo Tavares é o bandeirante do título, um maluco que no século XVII expandiu as fronteiras brasileiras do Tratado de Tordesilhas, quase dobrando o território brasileiro. 

Quem hoje passa pela Rua Antonio Raposo vê esse prédio, mas a placa tem o nome de “Anhanguera”. E quem passa pela Rua Clélia, esquina com a Rua N. Sra. da Lapa, vê uma escola com uma placa com o nome de “Pereira Barreto”.  Entendeu? Nem eu. Nem ninguém. O Pereira Barreto ficava na Rua Antonio Raposo, mas em 1955 teve seus alunos transferidos para o prédio do Anhanguera, que ficava na Rua N. Sra. da Lapa, eu inclusive. E os alunos do Anhanguera foram transferidos para o prédio onde ficava o Pereira Barreto.  Entendeu agora?  Ninguém na época entendeu. E acho que até hoje também não. 

Pois bem, naquele prédio instalado na Rua Raposo Tavares, desde 1909, estudaram minha mãe, minhas irmãs mais velhas; meu pai não, porque a avó dele tinha uma escola na Luz. E nos anos 30 recebeu o nome de Pereira Barreto, um médico emérito, político, fazendeiro, pesquisador, etc. E acho que a partir da informação que dou agora, ele vai ser mais comemorado: parece que foi ele que introduziu a fabricação da cerveja em São Paulo! E também descobriu o uso do guaraná... mas isso é coisa pras crianças. 

Muito mais do que a minha primeira escola, foi no Pereira Barreto que aprendi a admirar e dar valor às minhas professoras e professores. 

No início de 1952, já matriculado no primeiro ano do grupo escolar, peguei a tal Gripe Asiática. As aulas começaram e eu de cama, com todos aqueles sintomas. Várias semanas se passaram até que eu pudesse ir á escola ser alfabetizado. 

Quando lá cheguei os alunos já estavam adiantados. A professora da classe, uma senhora baixinha, gordinha, muito séria, me acolheu naquele meu primeiro dia. E me ensinou... o que é ser professor! 

Ela me recebeu sentada numa escrivaninha instalada debaixo de uma escada, ao fim de um corredor.  

Explicou-me da dificuldade que teria em acompanhar a classe e do inconveniente para o grupo. Mas, para eu não perder o ano, e se eu realmente quisesse, se me esforçasse, e chegasse todo dia uma hora antes de a aula começar, ela estaria disposta a me ajudar. 

Iria me dar aula ali debaixo da escada e só para mim, até eu alcançar o mesmo nível da classe. E por semanas ela foi me mostrando as ilustrações e letras das páginas da cartilha “Caminho Feliz”: BA de barriga, FA de faca, CH de chapéu...

Foto do antigo prédio do Grupo Escolar Pereira Barreto.Hoje é a Escola Estadual Anhanguera.
Foto do prédio da Escola Estadual Anhanguera. Hoje é o Grupo Escolar Pereira Barreto.

Ela não tinha “sala de professor”, não tinha privilégios nem bônus, não recebia hora extra e não fazia greve.  

Eu não recebia nada de graça: nem uniforme, nem lanche, nem caderno, nem livro, nem ônibus. 

Mas recebi a coisa que mais importa na educação: uma verdadeira professora!

Seu nome, jamais esqueci: DONA ANA MARIA GODINHO JÚNIOR, a quem agradeço e homenageio. 

Ela não só me ensinou o bê-a-bá, mas me ensinou o que é ser professor de verdade. 

Ela me ensinou, com seu exemplo, a respeitar todos os meus professores e professoras, e também quando os tive, os meus alunos.  

Hoje, escrevo isso para a Dona Ana Maria Godinho Júnior, e esteja ela onde estiver, receba o meu muito obrigado pela lição de vida. 

E aproveito para pedir a ela que dê um abraço nas suas colegas do 2º, 3º e 4º anos: minhas professoras dona Iná Ineves, Tereza Rocha Campos, Yolanda Maffei. Não se pode esquecer o nome de quem lhe fez tanto bem. 

O prédio do Pereira Barreto, agora Anhanguera, continua lá na Rua Raposo Tavares. Se passar por lá, pense e preste uma homenagem aos seus professores. 

E só pra terminar: naquele ano fiz todas as sabatinas, todas as provas e exame. E ainda guardo o meu Boletim que registra: Aprovado. Média: nota 100. 


Fotos internas da matéria: Appio Ribeiro
Revisão: Maitê Ribeiro

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