Seguir em frente

por Eugenia Pickina

13.11.2019

Gosto demais de Mario Quintana. Isso se dá desde que sou meninazinha e recitava, com meu espírito em festa, pedaços de seus poemas, pontuados por lindas rimas. Ele diz “a noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão.”

Temos medo. Medos diversos e, por isso, muitos de nós se sentem empacados na vida ou fracos demais para explorar o próprio potencial e conquistar assim uma revelação, isto é, um avanço.

A atitude proativa é: temos que vencer o medo. Temos que vencer o medo não apenas quando nos assombramos diante de um temor de tempestade ou desencorajados pela resposta desumana do nosso próximo, mas principalmente quando olhamos em volta de nós e nos percebemos fracos, letárgicos ou desamparados.

Mesmo depois de crescer, o mais surpreendente é que o querer viver continua intacto (apesar do medo). Mas como viver a vida é uma decisão individual, fortalecer a confiança é importante tanto para resolver problemas difíceis como para saber desfrutar com alegria os prazeres cotidianos: beber uma xícara de café, olhar para o céu pela janela, ouvir o canto de uma avezinha toda contente…

No fundo, em razão do nosso precário estado de concentração, somos pressionados pelo tempo, pelo trabalho e por todo o resto. Perdemos de vista a capacidade para prestar atenção ao momento presente, à suave segurança que é gerada quando somos capazes de nos reunir debaixo das árvores naturalmente alegres e calmos, encontrando confiança e esperança no novo. É a essa vida, creio eu, que devemos aspirar.

Notinha

Como você quer que seja o dia de hoje? Você pode começar o dia com uma afirmação de incentivo (uma prece ou a leitura de um poema…), lembrando de respirar devagar sempre que se vir em meio a um redemoinho de medo ou impaciência. A incerteza do amanhã torna ainda mais expressivo viver o momento, fazendo do dia de hoje um bom dia.