Lifelong Learning (aprendizado ao longo da vida)

O investimento na formação pessoal ou profissional de maneira voluntária, proativa e permanente, seja por motivos particulares ou para crescimento na carreira traz inúmeras vantagens para o indivíduo, abrindo seus horizontes, permitindo novos conhecimentos e ajudando a si próprio ou a se destacar no mercado de trabalho.

Ana Veiga

01.03.2021

Neste momento em que a educação está sendo chacoalhada por novas tecnologias, novas demandas de habilidades e evidentes falhas no sistema, o rearranjo de papéis também passa por uma revisão e atualização, considerando um presente e futuro cada vez mais pautados no Lifelong Learning.

É claro que, de um lado, há estudantes qualificados que podem permanentemente melhorar seu desempenho. Porém, do outro, há o abismo para quem não tem condições e, muitas vezes, não consegue ao menos completar o Ensino Médio. Para esses, infelizmente, não há uma solução pronta, mas ao entender que o aprender não está relacionado apenas a uma sala de aula, isso pode mudar muitas realidades e ser um incentivo para uma possível melhoria de vida. O primeiro passo é entender que a jornada de aprendizado é importante e que está disponível para todos, ainda que de formas diferentes.

O aprendizado ao longo da vida, que propõe um aprender plural – seja no método formal, não-formal e informal -, nos permite também compreender os processos educativos permeando nossos dias, em todas as oportunidades de exercitar o olhar de aprendiz, inclusive nas relações e nas experiências cotidianas. E se isso também é aprender, o quanto podemos nos qualificar para exercermos essa contribuição intencional de troca de conhecimento com mais fluidez e efetividade?

Ainda que tecnologias venham para somar – e não para substituir -, o contato humano é fundamental para aprimorar a empatia, a sociabilidade e a alteridade. Afinal, aprender é uma experiência social. Neste sentido, a própria relação entre aluno-professor está se reformulando: educadores redefinem sua atuação no palco da educação, passando de detentores de conhecimento para mediadores da construção de conhecimento, curadores de conteúdo, assumindo atitudes que reverberam para tutorar, inspirar, engajar e dividir responsabilidades no processo de formação. Além disso, com a vivência Lifelong Learning, se forma uma via de mão dupla, uma vez que professores também serão impactados com conhecimentos que o aluno busca por si, em outras fontes, e que poderá também ser compartilhado para agregar o repertório de aprendizados do próprio educador. Um grande ciclo flexível e múltiplo.

O aprender não se restringe a sala de aula. Ela é um dos espaços. O aprender contemporâneo está em tudo, inclusive na brincadeira – chave para ensinar a nossa mente a estabelecer novas conexões e, com isso, trabalhar a resolução de problemas de maneira mais eficaz. Das atividades promovidas por uma ONG a um documentário ou filme veiculado nos canais de TV ou online, do livro ao encontro com o professor. O hibridismo entre on e off, tecnologia digital e humana, balanceia a experiência e amplia os horizontes da aprendizagem.

O Lifelong Learning pode ser facilmente visualizado com um símbolo de infinito, em que não há começo nem fim para o aprendizado. Um movimento que não tem um dono, mas no qual pais, profissionais, crianças, empresas: todos podemos ser colaboradores, facilitadores, multiplicadores. Uma responsabilidade individual e coletiva: onde cada um ensina o que sabe e aprende o que precisa. Talvez uma das nossas lições de casa seja pensar na capacidade de comunicar, dialogar e criar espaços de aprendizagem como premissa para uma educação mais alinhada aos desafios dos novos tempos.


Revisão ortográfica: Geyse Tavares