Remédio #fique em casa.

E como ficam os que não tem casa?

por Lala Évan

21.06.2020

Em São Paulo, contemplamos em um cenário repulsivo, as mazelas da desigualdade extrema, onde as noites para moradores de rua são em claro, e pedras não podem ser travesseiros; num cenário que já se apresentava caótico não saímos de projetos no papel, seja em rede hoteleira ou camping solidário.

É evidente que políticas de Assistência Social real, sem ideologias, deveriam marcar presença. Registros da Prefeitura de São Paulo divulgados em 31/01/2020 mostram o resultado do Censo da População em Situação de Rua 2019, feita pela empresa Qualitest Ciência e Tecnologia LTDA., em que 24.344 pessoas estavam em situação de rua na cidade de São Paulo.

Mas numa população de rua heterogênea, disponibilizar serviços temporários de acolhida não é solução.

Em entrevista coletiva para alunos do jornalismo do curso Repórter do Futuro transmitida pela TV Câmara, a vereadora Soninha Francine (Cidadania) explicou alguns projetos de Assistência Social para acolher moradores de rua do grupo de São Paulo, detalhando como seria o ideal, e mesmo em uma situação de pandemia e desigualdade social escancarada, São Paulo não se habilita sequer em um plano-piloto.

Um dos projetos parados é possível de realizar, em forma de barracas de camping, visto que na cidade de Salto/SP, com 104.688 habitantes, materializou-se este mesmo projeto, já sendo montada a estrutura, respeitando as condições de higiene, distanciamento e cuidados para evitar a contaminação pela Covid-19.

O local terá capacidade para atender até 30 pessoas, cada um com um abrigo (barraca) especifico, onde terão condições de cuidar da higiene pessoal, receberão alimentação e local para dormir. No dia seguinte, após receberem o café da manhã, o espaço será fechado e reabrirá diariamente às 18h.

A solidariedade se fez necessária numa velocidade pandêmica, tem de se tornar endêmica, não se pode achatar e diminuir; solidariedade é uma dimensão humana para além de religião; é preciso solidariedade estrutural, a chamada Política Pública, pois vidas de moradores de rua também importam.


Revisão: Maitê Ribeiro