Gâteau Breton, um sabor francês em SAMPA

As primeiras aparições do bolo bretão remontam ao final do século XIX ou ao início do século XX.

Conheça um pouco mais da história desta iguaria, agora em São Paulo, com o bretão François Puren.


Cleo Brito

19.06.21

Bretanha, região peninsular ao oeste da França – Breizh, em bretão. Antes de ser chamada de Bretanha, era conhecida como Armorica ou “o país que faz frente ao mar”, em celta. Esta é a terra do Astérix & Obélix, do mago Merlim, dos megalíticos dolmens e menires («pedra deitada» e «pedra em pé» em bretão). Uma terra de marinheiros e camponeses. Rural e bruta.

É também a região dos verdadeiros crepes de sarraceno e a única região francesa com cultura e história celta, com sua própria língua, suas danças e seu folclore, como o Ankou, versão da própria morte, e os Korrigans, duendes.

Graças a um clima ameno e propício, também foi durante muito tempo a principal região francesa produtora de doces, com muita manteiga. Por isso a tradição por bolos e biscoitos é lá particularmente presente.

As primeiras aparições do bolo bretão remontam ao final do século XIX ou ao início do século XX. Um confeiteiro chamado Crucer, de origem suíça, casado com uma mulher de Port-Louis, teria apresentado esta especialidade na Exposição Universal de Paris em 1863, com o nome de “Bolo Lorientais”. De volta a Port-Louis, este bolo teve grande sucesso no Pays de Lorient. Reza a lenda que os marinheiros bretões costumavam levar este bolo consigo a bordo do barco, porque podia ser apreciado durante várias semanas.

Conheça um pouco mais da história desta iguaria, agora em São Paulo, com o bretão François Puren, fundador da Amann - Delices de Bretagne:

"Moro desde 2005 no Brasil, país que escolhi por paixão mesmo. O povo, a cultura, a natureza, tinha tudo para se apaixonar. E a comida, é claro! Como não amar a culinária brasileira? Que seja a requintada, a caipira, a caiçara, a camponesa e até as ‘tranqueiras’ e outros salgadinhos. Eu gosto de quase tudo. Quase! Não me venha com milho na pizza não... Mas todos sabem: não tem como esquecer as comidas da infância. E eu percebi rapidamente, pelo menos aqui em São Paulo, que culinária francesa era sinônimo de pratos muito pequenos, com preços altos e ingredientes clichês. Obviamente têm algumas exceções – e eu até encontrei onde comer crepes deliciosas! –, mas no geral eu só encontrava pato com laranja, salada com brie, foie gras e croissant. Eu gosto disso tudo, mas cadê a tartiflette, os grâtins, o cassoulet e as moules-frites?!

Para matar um pouco essa saudade, eu comecei confeccionar doces bretões, começando pelo tradicional gâteau breton. Eu fazia alguns deles, levava-os para o meu trabalho e fazia degustações para os colegas descobrirem um pouco dos nossos amanteigados. Logo, pedidos foram aparecendo e sem perceber eu já estava entregando doces semanalmente. A partir daí a coisa ficou mais séria (pois não se brinca com comida!) e duas pessoas apareceram para me ajudar: minha cunhada Regina, experiente no preparo de doces e já tendo conhecido a Bretanha e seus quitutes, e um amigo de infância, Jocelyn, igualmente bretão apaixonado pelo Brasil, e mineiro de adoção! Sem eles, vocês nunca teriam tido a oportunidade de experimentar esses doces (que isso fique registrado aqui pela eternidade!). Estamos então aqui, juntos, para lhes oferecer um pouco desse pedaço da França, através de doces artesanais, com gosto de infância e cheiro de Bretanha. Escolhemos Amann como nome, que significa manteiga na língua bretã, porque é o ingrediente rei das nossas receitas".


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Revisão ortográfica: Anne Preste


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