Love, Death & Robots retorna com menos episódios, mas ainda beirando à qualidade

Antologia de animações futuristas da Netflix retorna com grande estilo, despertando ainda mais curiosidade com seus curtas-metragens.


Vinicius Serrão

10.07.2021
Fonte: Love, Death & Robots. Netflix/Divulgação

Quando a primeira temporada de ‘Love, Death, Robots’ estreou na Netflix, em 2019, o público foi surpreendido por uma proposta inovadora de série que vinha no formato de uma antologia de histórias em animações, cujas temáticas giravam em torno de três pilares: amor, morte e robôs. Dois anos depois, no dia 14 de maio, chegou na plataforma a segunda temporada de ‘Love, Death, Robots’.

Com oito episódios que variam entre sete e dezoito minutos de duração, a segunda temporada obedece à proposta original, trazendo histórias independentes que podem ser assistidas em qualquer ordem e não necessariamente maratonáveis, porém, com um elo em comum que atravessa o enredo geral desta nova temporada.

Outro ponto que se repete da primeira temporada, é a estética diversificada nas animações, de modo que temos episódios em stop-motion, animação em 3D, animação hiper-realista, em 2D e animação sobre pintura, explorando diferentes gêneros de narrativa, como sci-fi, terror e comédia em contos provocativos.

A antologia produzida pela dupla David Fincher e Tim Miller têm resultados positivos, já que segue testando técnicas visuais e narrativas para romper barreiras do gênero. Comparando a primeira temporada da série, podemos perceber que houve diminuições do seu conceito que pecava pelo seu excesso entre os episódios, onde havia muita nudez e sangue atrelado a violência extrema. Desta vez, com poucos episódios, é nítida a intenção de fazer todos os episódios não perderem tempo para apresentar personagens e explorar visuais ainda mais impactantes do que os anteriores. Entre os destaques dessa segunda temporada são:

Esquadrão de extermínio

Reprodução/Netflix

Em um conto sobre desigualdade social, com uma mistura intrigante de utopia e distopia. Na trama mostra um futuro em que a própria morte foi conquistada, tornando uma nova geração de pessoas imortais, com a condição de que não tivessem mais filhos, o que resultaria na superpopulação global. O protagonista é um detetive do “Esquadrão de Extermínio”, que rastreia e mata qualquer criança trazida ilegalmente ao mundo. A severidade desta história é trazida de um homem que está cada vez mais cansado dos prazeres superficiais e do horror que se compromete a fazer. Com um término brutal, é fácil imaginar como seria uma série inteira ambientada neste universo.

O gigante afogado

Reprodução/Netflix

Para finalizar, o episódio mais filosófico da temporada, essa curta explora as reações das pessoas ao encontrarem o corpo de um homem gigante na beira da praia. Ninguém sabe de onde ele veio, quem é ou se há mais como ele em algum lugar na terra. Ao invés de mergulhar na ação ou no mistério, o roteiro se dedica a acompanhar um cientista local que visita o cadáver de tempos em tempos. Ao contemplar a existência daquele ser extraordinário, o homem repensa a própria vida e fazendo questionar qual o real valor de nossos dias, perante uma mortalidade certa.

No geral, Love, Death & Robots ainda segue sendo um dos melhores conteúdos originais da Netflix, tanto para conhecer novas técnicas de animação, quanto para conhecer diferentes equipes que participaram trazendo temas superimportantes para o público adulto. A terceira temporada já está confirmada para 2022.

Assista o trailer da 2ª temporada:

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