Festa Literária Internacional de Paraty / Reprodução
A 19ª edição da Flip, Festa Literária Internacional de Paraty será realizada no período de 27 de novembro a 05 de dezembro de 2021, de forma virtual, no mesmo jeito realizado no ano passado. O evento oferece anualmente uma experiência permeada pela literatura, sendo uma manifestação cultural que está reunida numa interlocução permanente entre as artes; além de propagar vivências focadas, sobretudo na diversidade cultural.
Pela primeira vez na história, a edição de 2021 vai homenagear pensadores e mestres indígenas vítimas da Covid-19. Diferente dos últimos anos, quando o evento celebrava um autor em específico, a homenagem ocorre de forma coletiva. Em parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC São Paulo, as mesas de debate vão discutir a relação entre a literatura e as florestas.
A busca da floresta como expressão temática da Flip ganha na palavra Nhe’éry (pronuncia-se nheeri) um sinônimo. Nhe’éry é como o povo Guarani chama a Mata Atlântica, uma denominação que revela a pluriversalidade da floresta. Termo que significa "onde as almas se banham" ou de uma forma mais explicativa, onde nos ensina que na morte há algo a ser preservado, uma maneira de se comunicar que cria laços entre gerações, e que cria vida.
Margaret Atwood, Ailton Krenak, Adriana Calcanhotto e Alice Walker — Crédito: Flip / Divulgação
Entre os autores já confirmados estão o poeta chileno Alejandro Zambra, cantora brasileira Adriana Calcanhotto, escritora americana Alice Walker (autora de "A cor púrpura"), a sul-coreana Han Kang (de "A vegetariana"), o líder indígena brasileiro Ailton Krenak, o escritor francês David Diop e a romancista canadense Margaret Atwood (autora de "O conto da aia").
A curadoria será feita por cinco intelectuais de diversas áreas, quando nas Flip tradicionalmente convidava uma pessoa para ocupar a posição. Chamada de "floresta curatorial", ela será composta pelo antropólogo Hermano Vianna; a educadora e editora Anna Dantes, o escritor e filósofo Evando Nascimento; o antropólogo João Paulo Lima Barreto, do povo Tukano, do Alto Rio Negro, fundador do Centro de Medicina Indígena em Manaus; e o professor de literatura Pedro Meira Monteiro, da Universidade Princeton.
O evento terá dezenove mesas na programação, que vai dialogar com criadores, pensadores e conhecedores que têm se voltado para ancestralidades e outros modelos de organização social e visões diferentes do conhecimento. A festa poderá ser vista gratuitamente pelo canal do YouTube da Flip.
Para ver a programação completa, com a listagem dos principais autores e livros desta edição, clique aqui.