Euclides da Cunha

por Malu de Alencar

14.08.2019

Nesta data de 15/08/2019 comemora-se 110 anos de sua morte.

Euclides da Cunha (1866-1909) foi um escritor, jornalista e professor brasileiro, autor da obra "Os Sertões". Foi enviado como correspondente ao Sertão da Bahia, pelo jornal O Estado de São Paulo, para cobrir a guerra no município de Canudos.

Seu livro "Os Sertões", narra e analisa os acontecimentos da guerra. Foi eleito em 21 de setembro de 1903 para a cadeira n.º 7 da Academia Brasileira de Letras.

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro de 1866. Filho de Manuel Rodrigues da Cunha Pimenta e Eudósia Alves Moreira da Cunha, a partir de 3 anos, viveu entre fazendas na Bahia e o Rio de Janeiro, com tios que o criaram depois que ficou órfão de mãe.

Em 1885, com 19 anos, ingressou na Escola Politécnica, mas por falta de recursos transfere-se para a Escola Militar da Praia Vermelha. Nessa época, escrevia para a revista da escola, "A Família Acadêmica".

Por afrontar o Ministro da Guerra do Império, foi expulso da Academia. Em 1889 segue para São Paulo e publica no jornal O Estado de São Paulo, uma série de artigos onde defende os ideais republicanos.

Proclamada a República, Euclides da Cunha volta para o Rio de Janeiro e retorna ao Exército. Na Escola Superior de Guerra, fez os cursos de artilharia, de engenharia militar e bacharelou-se em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. Nesse período, casa-se com Ana Sólon Ribeiro. Promovido a primeiro tenente passou a lecionar na Escola Militar.

Em 1893, Euclides da Cunha foi para São Paulo trabalhar na administração da Estrada de Ferro Central do Brasil. Foi chamado para servir à Diretoria de Obras Militares, na época da Revolta da Armada, que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto. Mesmo leal a Floriano, critica o governo na Gazeta de Notícias. Foi contra os maus tratos aos presos políticos e contra a pena de morte.

Euclides da Cunha foi mandado para a cidade de Campanha, em Minas Gerais, onde foi encarregado de construir um quartel. Desiludido, desliga-se do Exército e dedica a maior parte do seu tempo a estudo dos problemas brasileiros. Nomeado Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, em 1896, Euclides da Cunha vai trabalhar em São Carlos do Pinhal.

Com a explosão do conflito de Canudos, na Bahia, e as sucessivas derrotas das Forças governistas contra Antônio Conselheiro, Euclides reiniciou sua colaboração no jornal o Estado de São Paulo.

Em agosto de 1897 embarca para a Bahia, como correspondente de guerra, para testemunhar pessoalmente o que estava ocorrendo. Suas mensagens eram transmitidas por telégrafo, para o jornal paulista. Permaneceu no sertão baiano até outubro do mesmo ano.

Ao regressar de Canudos, Euclides foi para São José do Rio Pardo, em São Paulo, para administrar a construção uma ponte sobre o Rio Pardo Nesse período, começou a escrever Os Sertões, obra que publicou em 1902 e que o consagraria no panorama cultural brasileiro.

Com a obra, Euclides da Cunha pretendia não apenas contar o que presenciara no sertão, mas munido das teorias científicas vigentes – determinismo, positivismo e conhecimentos de sociologia e geografia natural e humana. – pretendia também compreender e explicar o fenômeno cientificamente. A obra constitui uma narrativa com estilo literário, de fundo histórico (apesar do fato recente) e de rigor científico.

Em 1903, Euclides da Cunha foi aclamado membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ao voltar ao Rio de Janeiro, Euclides trabalhou no Itamarati ao lado do Barão do Rio Branco. Em 1909 prestou concurso para a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II, onde lecionou por menos de um mês.

Suspeitando que estivesse sendo traído por sua esposa, dirige-se para a casa do amante (que era oficial do Exército e atirador), e sem êxito tenta alvejá-lo, sendo assassinado com três tiros no coração. (Anos mais tarde, seu filho tenta uma vingança, mas teve o mesmo fim do pai).

Euclides da Cunha faleceu no Rio de Janeiro, no dia 15 de agosto de 1909.


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