Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.
Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.
Sim, para futuras gerações! A música não morre.
Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando a Orquestra Laércio de Franca, realizador de muitos bailes no interior de São Paulo.
O “criador” da Orquestra Laércio de Franca, Manoel Laércio Piovesan nasceu em São José do Rio Pardo (SP), teve o pai, Manoel H. Piovesan, como seu primeiro professor de música, que lhe propiciou tocar trompete (pistão) em 1939, aos 7 anos, na banda da cidade de Caconde. Em 1943 ganhou no programa “A Hora do Pato” na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e em 1948 foi para Franca (SP), integrando a Banda Municipal de Franca, passando depois pela Orquestra Tamoio, do Maestro Adalberto Lucas e ainda pelos conjuntos musicais dos irmãos Godofredo (Godinho) e Raul de Barros. Mais tarde o pistonista Laércio integraria grandes orquestras, como a do Maestro Chiquinho, na Rádio Nacional, e de Ari Barroso também no Rio de Janeiro.
Com a difusão da música ao vivo em orquestras do interior, Laércio Piovesan que compôs o “cast” de várias orquestras famosas, como a de Nelson (de Tupã), de Mantovani (de Assis/SP), da Orquestra de Ferri, Clóvis e Ely (de São Paulo), retornando para a Orquestra de Emilio, de Franca, do Maestro Emilio Sicchieroli, para depois formar sua própria Orquestra, a “Laércio de Franca”, no final de 1958.
Com 21 anos de atividade a Orquestra Laércio de Franca fez mais de 2.500 bailes, por todo o país, entre eles “Brincadeiras Dançantes”, bailes de formatura e de debutantes. Mais de 200 músicos integraram sua concorrida Orquestra ao longo desses anos, de bons serviços prestados à música, sendo que nos anos 70, foi considerada a melhor orquestra do interior paulista, e uma das melhores de todo o país.
A “onda” dos bailes com música ao vivo foi interrompida no final dos anos 70 e a orquestra deixou de existir depois de duas décadas e ajudou a projetar a cidade de Franca no cenário nacional. Sua especialidade não era o ritmo conhecido como 'seresta', mas outros ritmos, principalmente jazz.
Revisão ortográfica: Anne Preste
Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.
Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.
Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.
Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.
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