Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.
Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.
Sim, para futuras gerações! A música não morre.
Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando a Orquestra Continental de Jaú e Orquestra Nelson Tupã e a época dos anos dourados da música brasileira.
“É muito provável que as gerações mais novas não sejam capazes de avaliar o significado profundo que a Orquestra Continental possui não só para a cidade de Jaú, bem como para a própria história da música no Brasil”. Comentou o jornalista Luís Henrique Marques.
A Orquestra Continental de Jaú foi famosa no interior paulista, época romântica nos anos dourados. Era um conjunto moderno, formado por 19 músicos-professores, instituído pelo sistema de cooperativa, onde cada componente era sócio, como as existentes nos Estados Unidos. Os equipamentos, de poucos recursos técnicos, e até o ônibus pertenciam ao grupo. Os críticos especializados exaltavam como uma das melhores, mais bem organizadas e duradouras orquestras do Brasil, foram 26 anos.
Em 1956, atingiu o auge da atividade ao abrilhantar 110 bailes. Entre dezembro daquele ano e janeiro de 1957, bateu o próprio recorde abrilhantando 34 bailes de formatura, quando executou cerca de 250 músicas por noite. Os contratos desses bailes eram firmados com antecedência de até um ano.
Ganhando fama, a Continental participou de shows nos programas das rádios Nacional (na época, a catedral da música popular brasileira) e Mayrink Veiga (Rio), na TV Tupi (Rio e SP) e boates. Suas gravações fizeram muito sucesso no Brasil e no exterior.
Nelson Tupã compositor e maestro. Seguindo os ensinamentos do pai e seus próprios dotes naturais de musicista de qualidade ímpar, Nelson de Castro organiza em 1949, a gloriosa “NELSON E SUA ORQUESTRA TUPÔ com excepcionais músicos, que viria ser o grande marco histórico e referência de orquestras de bailes de todo o interior de São Paulo e do Brasil.
Mas antes de montar a orquestra ele foi integrante da Força Expedicionária Brasileira atuando nos campos de combate na Itália
Nelson sempre mereceu destaque dentre todas as orquestras brasileiras, pela categoria e qualidade musical do grupo e requintado repertório de especiais arranjos musicais, que tornaram padrão na época, motivos pelo qual recebeu inúmeros troféus e homenagens especiais.
Consagrou-se como um dos mais famosos maestros do Estado de São Paulo.
Revisão ortográfica: Anne Preste
Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.
Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.
Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.
Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.
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