Panorama da Música Brasileira do século XX

J. T. Meirelles

por Bernadete Siqueira

11.03.2021

O panorama de J. T. Meirelles

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX mostrando J. T. Meirelles e toda a expressividade do samba-jazz por um de seus principais inventores.

J. T. Meirelles, foi um saxofonista, arranjador e compositor brasileiro, um dos principais nomes do estilo samba-jazz - fusão dos gêneros musicais samba e jazz, que surgiu no Brasil na década de 60.

Aos oito anos de idade, iniciou seus estudos musicais. Estudou composição e arranjo na Berklee School of Music (EUA). Iniciou sua carreira profissional aos 17 anos, tocando saxofone no conjunto de João Donato. Mudou-se para São Paulo, onde atuou com o pianista Luís Loy. Aos 23 anos, foi o arranjador de canções do disco "Samba Esquema Novo " (1963), do então estreante Jorge Ben Jor, entre as quais, "Mas que nada”, o primeiro sucesso de Ben e uma das músicas brasileiras mais gravadas no mundo.

Recebeu um convite para trabalhar na Universal Music, para integrar o cast de artistas da gravadora. Desta maneira, Meirelles pôde fazer seus próprios discos instrumentais.

De volta ao Rio de Janeiro, Meirelles recrutou talentosos músicos ligados à bossa nova – Luiz Carlos Vinhas, Dom Um Romão, Manuel Gusmão e Pedro Paulo - e formou o conjunto instrumental "Os Copa 5", que lançou o álbum "O Som" (1964) e com o qual se apresentou no Beco das Garrafas, executando suas próprias composições. No ano seguinte, produziu "O Novo Som", com uma formação totalmente renovada, que teve Eumir Deodato, Edison Machado, Roberto Menescal e Waltel Branco.

Em 1966, apresentou-se no Festival de Jazz de Berlim (Alemanha). Na década de 1970 viajou para o México, onde foi contratado para atuar com um grupo sueco, com o qual se transferiu para a Europa. Viveu durante três anos no exterior (França. Suécia e Monte Carlo), integrando várias orquestras.

De volta ao Brasil, ministrou curso avançado de análise e improvisação musical, para vários instrumentistas. Em 1980, participou, como arranjador de festivais como também tocou com diversos grupos como instrumentista, arranjador e maestro.

Como produtor musical, foi responsável pela gravação de vários discos de grandes talentos da música brasileira.

Em 1999, participou do songbook de João Donato, dividindo com Ed Motta a faixa "Bananeira". Em 2001, os LPs "O som" (1964) e “O novo som” (1965), remasterizados a partir de fitas originais, foram relançados pela Dubas Música. Em 2002 realizou novas gravações de sua autoria. Em 2003, fez show de lançamento do disco e em 2005 lançou o CD "Esquema novo"

Foi professor de programação musical computadorizada, edição gráfica, impressão musical e arranjos midi.

Faleceu no dia 4 de junho de 2008, aos 67 anos.


Revisão ortográfica: Geyse Tavares

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.

Chuim ao centro, na bateria