Panorama da Música Brasileira do século XX

edison machado

por Bernadete Siqueira

25.03.2021

O panorama de edison machado

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX mostrando Edison Machado, seu inconfundível swing e o estilo de “ataque” do instrumento que tanto dominava.

Foi um baterista autodidata e compositor musical brasileiro. Em sua infância, ele começou a aprender a tocar bateria sozinho. Ao assistir e ouvir bateristas brasileiros famosos como Luciano Perrone e Edgar Nunes Rocca, ele acompanhava a bateria nas pernas para aprender suas técnicas.

Edison foi o maior baterista de samba de todos os tempos. O tempo dele no samba no prato e no pé direito é irreproduzível. Ele tinha um swing fantástico, e quem quisesse que fosse atrás. Foi, sem dúvida, uma figura de importância na MPB.

No período de 1957 a 1980, Machado um músico inovador e arrojado construiu uma reputação para si mesmo e acompanhou Luís Carlos Vinhas e Tião Neto no Bossa Três e o sexteto Bossa Rio liderado por Sérgio Mendes. Criou o grupo Rio 65 Trio e também o rótulo para a MPM- Música Popular Moderna- quando fim da bossa nova e surgimento da jovem guarda.

No início de 1963, o grupo tocava em Nova York. Foram realizadas várias gravações para vender para o mercado musical americano, apesar do relativo sucesso do Bossa Três, eles perderam oportunidades de tocar em locais importantes porque Machado não conseguia ler música por ser autodidata.

Em 1976, Edson Machado seguiu, novamente, para carreira internacional, quando retornou aos Estados Unidos e lá viveu por 14 anos. Gravou com o trompetista norte-americano Chet Baker e com o contrabaixista de jazz Ron Carter. Com o grupo Boa Nova passou a se apresentar em diversos festivais de jazz pelo mundo. Até voltar em 1990 para uma curta temporada na Boate People, no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro

É considerado, ao lado do baterista Milton Banana, como um dos maiores expoentes da música brasileira quando o assunto é bateria. Criador de conceitos neste instrumento é o responsável por criar a condução de prato no ritmo do samba. Por meio de sua criação do samba no prato e de suas primeiras gravações, ele ajudou a moldar o samba e a bossa nova. Apesar do impacto que ele causou como um dos fundadores da bossa nova, seu nome foi amplamente esquecido.

Foi-se o músico e o ser humano, ficaram na memória as incríveis performances para sempre lembradas por quem gosta de música brasileira de verdade.


Revisão ortográfica: Geyse Tavares

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.