Panorama da Música Brasileira do século XX

WALDIR CALMON

Bernadete Siqueira

10.06.2021

O panorama de waldir calmon

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando Waldir Calmon, pianista e compositor de grande sucesso que criou um estilo musical feito para dançar.

Foto disponivel na Internet

Waldir Calmon Gomes foi um pianista de grande sucesso nos anos 50.

Criou um estilo imitado por muitos pianistas que o sucederam. Foi o pioneiro a gravar sucessos dançantes em faixas únicas, ininterruptas, adequados a animar festas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então. Além disso, popularizou o uso de um pequeno teclado incorporado ao piano, precursor dos sintetizadores no Brasil- o solovox.

Recebeu inúmeros prêmios e gravou dezenas de discos, entre eles, a música tema do extinto Canal 100 Na cadência do samba (Que bonito é).

No final dos anos 1940, a produtora Rádio Serviço e Propaganda Ltda. contratou Waldir Calmon e seu conjunto para uma série de apresentações transmitida, em cadeia nacional, pelas Emissoras Associadas, divulgando seu trabalho por todo Brasil e tornando-o famoso. Waldir entrava para a história fonográfica como o primeiro artista a gravar um long-play de dez polegadas na América do Sul.

No ano de 1941 já como Waldir Calmon fez sua primeira gravação acompanhando Ataulfo Alves em “Leva Meu Samba”.

Após formar o grupo Gentleman da melodia circulou por teatros e cassinos do Rio e São Paulo. Foi nessa época que começou a tocar o primeiro solovox popularizando o instrumento.

Em 1955 abriu sua própria casa noturna, a popular Arpège, no Leme (RJ), que funcionaria até 1967, onde atuaram João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, além de Chico Buarque, que fez um de seus primeiros shows, em 1966, ao lado de Odete Lara e MPB-4.

Seu conjunto era formado nessa época por Paulo Nunes (guitarra), Milton Banana (bateria), Eddie Mandarino e Rubens Bassini (percussão), Gagliardi (contrabaixo) e o próprio Calmon, ao piano e solovox.

Entre 70 e o começo de 77, atuou com sua orquestra de baile no Canecão (RJ), antes e depois do show principal.

Nos últimos anos de carreira, passou a tocar também sintetizadores.

Casou-se com a também artista Marta Calmon, que dois anos após a morte de Waldir, ela voltou à cena artística, cantando e administrando a Orquestra Waldir Calmon.


Revisão ortográfica: Anne Preste

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.
Chuim na bateria