Panorama da Música Brasileira do século XX

paulo moura

Bernadete Siqueira

20.05.2021

O panorama de paulo moura

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX apresentando o músico Paulo Moura um do principais instrumentistas do Brasil.

Paulo Moura foi maestro, compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista de choro, samba e jazz.

Recebe as primeiras lições de música do pai, Pedro Moura, marceneiro que atuava como clarinetista e saxofonista na banda local de São José do Rio Preto. Aos nove anos, ganha o primeiro clarinete e, aos doze, começa a tocar em bailes e festas. Em 1945, a família muda-se para o Rio de Janeiro. Seis anos depois, o músico é contratado como primeiro saxofonista da Orquestra de Oswaldo Borba, pela Rádio Globo. Estuda clarinete erudito e teoria musical na Escola Nacional de Música.

Dividido entre orquestras populares e eruditas, ensaia no Teatro Municipal à tarde e toca em programas de TV à noite. Por vezes, frequenta o Beco das Garrafas, onde conhece o pianista Sérgio Mendes e o baixista Otávio Bailly. Com eles, forma o conjunto instrumental Samba Rio, liderado por Sérgio Mendes, que se torna Bossa Rio, nome com o qual se apresenta no Festival de Bossa Nova, no Carnegie Hall de Nova York, em 1962.

Com o décimo disco na carreira permite ao clarinetista deixar seu posto no Teatro Municipal para dedicar-se à carreira solo. Alcançando prestígio internacional, frequenta os principais festivais de música popular, como Festival Internacional de Jazz de Berlim, Free Jazz Festival e Montreaux Jazz Festival. Em 1978, o maestro Júlio Medaglia convida-o para compor uma peça para Orquestra Sinfônica e Bateria de Escola de Samba. No mesmo ano, assina a trilha sonora do filme A Lira do Delírio, de Walter Lima Junior. Compôs também a trilha do filme Parahyba Mulher Macho e do O Bom Burguês.

Em 2012 foi lançado o CD Paulo Moura & André Sachs - Fruto Maduro, com dez músicas inéditas, um de seus últimos trabalhos autorais, resultado de uma parceria entre os dois músicos que começou em 2004 e duraria até os momentos finais do maestro.

No dia 21 de junho de 2012 foi inaugurado o Teatro Paulo Moura, um dos maiores e mais bem equipados teatros do interior de São Paulo, em São José do Rio Preto, terra natal do músico.


Revisão ortográfica: Anne Preste

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.