Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.
Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.
Sim, para futuras gerações! A música não morre.
Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX mostrando Pacífico Mascarenhas, músico mineiro e sua contribuição para a bossa nova e Aécio Flávio, multi-instrumentista, arranjador e compositor das Geraes.
Pacífico é compositor e autor de centenas de músicas, muitas delas dedicadas à capital mineira. Foi um dos expoentes da bossa nova nas Geraes. O músico chamou a si a responsabilidade de transformar os encontros da “turma da Savassi”, referência a Praça do Sassavi em Belo Horizonte, onde admiradores de música se reuniam, em canções que começaram a dialogar com a linguagem bossa-novista.
No início dos anos 1960, resolveu formar o Conjunto Sambacana, do qual outro compositor, Roberto Guimarães, também participou. A obra de Mascarenhas estabeleceu uma ponte considerável entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo que a partir daí o músico foi gravado por uma série de artistas famosos, de Luiz Eça a Cliff Korman e recentemente Jorge Cutello da Argentina.
Pacífico também foi responsável por abrir as portas do mundo musical de Milton Nascimento do Clube da Esquina - fenômeno que se configurou em símbolo de identidade da canção popular urbana em Minas Gerais.
O músico continua sua carreira de compositor, já participou da gravação de mais de 100 álbuns. Entre seus parceiros musicais estão nomes como Milton Nascimento e Wagner Tiso.
Aécio Flávio é um pianista, arranjador e compositor mineiro. Estudou teoria musical e harmonia. Nos anos de 1970, já morando no Rio de Janeiro, fez os cursos de contraponto e arranjo para profissionais no Instituto Villa-Lobos.
Iniciou sua carreira profissional contratado para a função de arranjador e assistente de direção musical. No início dos anos de 1980, gravou seu primeiro disco, para a série "Música brasileira contemporânea". Recebeu o Prêmio Sharp, na categoria Música Instrumental, pela música "Amo", gravada por Chiquinho do Acordeom, composta para a peça teatral do mesmo nome sobre a vida do poeta russo Maiakovski.
Participou como arranjador de trilhas sonoras e tem músicas gravadas por grandes intérpretes. Assinou direção musical e arranjos de shows de vários artistas, foi responsável por trilha sonora de filmes e professor da disciplina Produção Publicitária em Rádio e Televisão, na PUC-RJ.
Sua música "Muito normal" foi incluída no Latin Real Book, editado em 2014, livro de referência obrigatória para estudantes americanos de música.
Em 1998 e 1999, atuou em shows com a cantora Tahta, sua filha.
É proprietário do estúdio de gravação Capital Sound, onde se dedica à produção de CDs independentes, jingles publicitários e trilhas sonoras para rádio, televisão e teatro.
Revisão ortográfica: Geyse Tavares
Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.
Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.
Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.
Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.
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