Panorama da Música Brasileira do século XX

wagner tiso

por Bernadete Siqueira

08.04.2021

O panorama de wagner tiso

Como o título desta matéria sugere, a palavra panorama é poder se colocar em um ponto central e observar do alto; no caso da música é permitir que ela nos conte a história de um tempo. E através do som podemos reencontrar nossa própria história.

Partindo desse ponto vamos ouvir o que inúmeros talentos da música popular brasileira do século XX nos deixaram tanto para refletirmos como essas músicas foram no passado, como nos emocionam no presente e como iremos deixá-las para gerações futuras.

Sim, para futuras gerações! A música não morre.

Hoje, o Cidadão e Repórter prossegue seu Panorama da Música Brasileira no século XX mostrando Wagner Tiso, considerado patrimônio musical da música mineira, brasileira e internacional.

Wagner é músico, arranjador, regente, pianista e compositor brasileiro de formação erudita.

Nascido em família de músicos, aprendeu a tocar acordeão ainda criança e, aos 11 anos, participou do grupo musical Luar de Prata, que tinha como um dos cantores Milton Nascimento. Com o conjunto gravou seu primeiro disco, em 1957. Participou também do conjunto Sambacana em 1964.

Tem na sua trajetória, especialmente ao lado de Milton Nascimento, que conheceu vendo-o na varanda de casa, em Três Pontas, ainda menino, com uma gaita entre os dois joelhos e um violão sob a perna. As carreiras deles se entrelaçariam por várias décadas e tem como seu principal parceiro e um dos nomes do movimento Clube da Esquina.

Na década de 1970 participou do grupo Som Imaginário, criado e liderado por ele, e que tem em sua formação Zé Rodrix no órgão, Tavito na guitarra base, Fredera na guitarra, Luiz Alves no baixo e Robertinho Silva na bateria. O conjunto gravou três discos e realizou uma série de experiências musicais inusitadas para o período, com a mistura de rock progressivo, jazz e música brasileira.

Em 1976 muda-se para Los Angeles, onde colaborou com músicos americanos. Ao retornar ao Brasil, iniciou a carreira solo e ampliou suas atividades como arranjador e orquestrador, tornando-se importante e requisitado diretor musical. Suas contribuições com Milton e os companheiros do Clube da Esquina permanecem, mas de maneira diluída, em razão da expansão de sua carreira individual.

Em decorrência de sua formação diversificada e ao mesmo tempo especializada, as fronteiras musicais de Wagner Tiso se diluem a todo momento, tornando-o referência desde os arranjos até o virtuosismo instrumental. Essa variedade permite que ele se apresente em diversos espaços de sociabilidade musical durante toda a sua carreira: na indústria fonográfica, em festivais, cinema, teatro, dança e televisão. Com uma obra marcada pela inovação, experimentalismo e fusão entre a música popular brasileira e a música de concerto, ele integra a geração de músicos mineiros.

Trabalho elaborado pelo músico Chuim (Luiz Carlos de Siqueira), baterista, percussionista, professor, compositor, autor, produtor musical e estudioso da história da música brasileira.

Iniciou sua carreira como músico aos 15 anos e fez parte de vários conjuntos musicais. Estudou música erudita, gravou uma série de programas para Rádio Eldorado e TV Cultura.

Fez temporada nos Estados Unidos, França e Dinamarca. Foi professor na Unicamp-SP, na St. Paul Escola Britânica-SP e St. Francis International College-SP.

Atualmente desenvolve o projeto Samba-Jazz, atua no “Chuim Quarteto” e na “Orquestra Cadência Brasileira”.

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Chuim deixa seus agradecimentos a José Roberto Rocco que fez a edição musical e a Edgard Garcia do Estúdio E que cedeu gentilmente o estúdio para as gravações deste projeto.